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Rede pesquisará fusão nuclear para gerar energia limpa

por INPE
Publicado: Nov 10, 2006
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São José dos Campos-SP, 10 de novembro de 2006

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) integra a Rede Nacional de Fusão (RNF), instituída oficialmente por portaria assinada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende. A RNF irá promover o avanço da pesquisa em fusão nuclear no Brasil, desenvolvendo a capacitação científica e técnica necessária para viabilizar esta tecnologia como fonte de energia limpa, segura e sustentável. Inicialmente, reúne 70 pesquisadores de 14 instituições nacionais para desenvolver pesquisas na área.

O ministro assinou a portaria durante cerimônia organizada pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), no último dia 7, no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Do INPE estiveram presentes os pesquisadores Eduardo Abramoff, coordenador substituto do CTE representando o diretor do INPE, Maria Virginia Alves, chefe do Laboratório Associado de Plasmas do INPE, Gerson Otto Ludwig, Edson Del Bosco, Maria Célia Ramos de Andrade, Júlio Guimarães Ferreira e o aluno de pós-graduação Fernando J. R. Simões Jr.

A Rede Nacional de Fusão é um dos elementos do Programa de Energia Nuclear, no âmbito da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior do Governo Federal para promover o avanço científico-tecnológico da fusão nuclear controlada no país, coordenando as atividades dos grupos atuantes nesta área.

Tokamak

A fusão nuclear controlada acontece por meio de um tokamak, máquina para confinamento magnético de plasma. O Brasil possui 3 tokamaks – no INPE, na Unicamp e na USP, porém de pequeno porte. Para gerar energia suficiente para abastecimento será preciso desenvolver um reator de capacidade muito maior. E já está em andamento o projeto de um protótipo de reator capaz de produzir energia por fusão com um fator pelo menos 10 vezes maior do que energia necessária para produzir e confinar o plasma. O protótipo é uma iniciativa internacional da qual o Brasil poderá participar.

O projeto do International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER), que será construído na França, está sendo conduzido desde a década de 90 pelos países da União Européia, Estados Unidos, Japão e Rússia. Recentemente, ganhou a participação da Coréia do Sul, China e Índia.

Há um ano, cientistas europeus estiveram no INPE para conhecer o seu Laboratório Associado de Plasma, pioneiro no desenvolvimento de um tokamak com geometria toroidal esférica. A fusão nuclear gera energia abundante sem poluir o meio ambiente, usando como combustível uma fonte quase inesgotável – isótopos de hidrogênio. Daí a importância da RNF e de uma possível participação do Brasil no projeto experimental do reator termonuclear.

Estrutura

A Rede Nacional de Fusão será coordenada pela CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, e será formada por órgãos e entidades associados, dentre outros, instituições e universidades brasileiras que desenvolvem pesquisas e projetos na área da fusão nuclear controlada. Já participam as seguintes instituições e universidades: Laboratório Associado de Plasma do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas; Instituto Tecnológico da Aeronáutica do Centro Técnico Aeroespacial; Institutos de Física das Universidades de São Paulo, Federal Fluminense, Federal do Rio Grande do Sul, Estadual de Campinas, Federal do Paraná, Federal do Mato Grosso do Sul, Brasília e Federal de Pelotas; Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá da Universidade Estadual Paulista; Faculdade de Tecnologia de São Paulo; e Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Além destas, outras instituições já manifestaram interesse em também participar da Rede.

A Rede Nacional de Fusão lançará anualmente editais de chamada de projetos, sob a supervisão de um Comitê Técnico-Científico (CTC), coordenado pelo presidente da CNEN e formado por dois representantes do INPE, dois da USP, e dois outros escolhidos pela comunidade dentre os membros integrantes da rede.


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