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Russos iniciam avaliação dos experimentos brasileiros que irão para a estação espacial

por INPE
Publicado: Jan 23, 2006
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São José dos Campos-SP, 23 de janeiro de 2006

Imagem Russos iniciam avaliação dos experimentos brasileiros que irão para a estação espacial

Técnicos russos e brasileiros iniciaram nessa segunda-feira (23/01), no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, as sessões técnicas de avaliação dos nove experimentos que o astronauta Marcos Pontes levará para a Estação Espacial Internacional (ISS) em março, na denominada Missão Centenário (em homenagem aos cem anos do vôo do 14bis, em 2006).

O evento, promovido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), reúne, até quinta-feira (26/01), em São José dos Campos, os pesquisadores brasileiros responsáveis pelos experimentos, integrantes da Agência Espacial Russa (Roscosmos), do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e do próprio INPE.

Durante a cerimônia de abertura dos trabalhos, que contou com a presença do diretor do INPE, Gilberto Câmara; do gerente da Missão Centenário, Reinaldo Mussi (AEB), e do gerente técnico do Programa Estação Espacial Internacional, Sergey Rybkin (Agência Espacial Federal Russa - Roscosmos), foi anunciado o adiamento do vôo da nave russa Soyuz, de 22 de março para 30 de março.

Segurança

Os três primeiros dias de trabalho no INPE serão dedicados a reuniões técnicas e atividades no Laboratório de Integração e Testes (LIT/INPE) a fim de averiguar a segurança dos experimentos; o último, à revisão dos trabalhos. Para assegurar que os mesmos não causarão danos aos astronautas durante a viagem na nave russa Soyuz nem à tripulação na Estação Espacial, serão checadas questões como a toxidade de materiais e resistência à vibração e a altas temperaturas.

Os experimentos selecionados pela AEB compreendem as áreas de nanotecnologia, biotecnologia, controle térmico de equipamentos espaciais e agricultura, e fazem parte de uma iniciativa do Programa Microgravidade, que disponibiliza o ambiente de "gravidade zero" para estudos da comunidade científica.

Experimentos

À frente das pesquisas estão o Centro Universitário da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA/MCT), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A FEI estudará a influência da "gravidade zero" em enzimas, com vistas a aplicações na indústria química, de alimentos e farmacêutica. A UERJ e o INPE pretendem avaliar a influência da radiação no DNA de bactérias; a UFSC, desenvolver e aperfeiçoar mecanismos para controle da temperatura interna de satélites; o CenPRA, a interação de proteínas que, em insetos, gera luminosidade (como vaga-lumes), para novos medicamentos e usos em saúde pública na detecção de elementos patogênicos; a UFPE, a fabricação de novos materiais a partir da análise atômica de amostras com nanopartículas de prata; e a Embrapa, processos básicos relacionados a plantas com base em sementes de uma espécie nativa do cerrado.

Também comporão a carga científica dois experimentos escolares, desenvolvidos em São José dos Campos, o que deverá mobilizar os estudantes da região do Vale do Paraíba. Um deles estudará o efeito da microgravidade no crescimento de sementes de feijão, e outro analisará a cromatografia da clorofila, a partir de um extrato de folhas de couve.


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