Notícia
Monitoramento do rio Paraíba recebe segunda estação em Guaratinguetá
São José dos Campos-SP, 25 de novembro de 2005
Dados da qualidade das águas são retransmitidos pelos satélites do INPE
Será inaugurada, no dia 28 de novembro, às 10h30, no Complexo Químico da BASF, em Guaratinguetá (SP), a segunda estação da Rede Piloto de Plataformas Hidrológicas de Coletas de Dados da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. A rede é a primeira do rio Paraíba operada com satélites - os modelos SCD-1 e 2 e CBERS-2 -desenvolvidos pelo INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia), permitindo que as entidades parceiras no projeto recebam dados em tempo quase real, a cada 100 minutos.
Participam da iniciativa o Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), o Departamento de Água, Energia e Esgotos (DAEE), ambas do governo do estado, o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do INPE, e empresas do Vale do Paraíba.
A rede de estações hidrológicas será composta por sete unidades, que ficarão instaladas ao longo do trecho paulista do rio Paraíba. Além da estação de Guaratinguetá e da de Cruzeiro, inaugurada em março deste ano, as outras cinco Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) ficarão situadas em Queluz (SP), na Sabesp, em Pindamonhangaba, na Petrobrás, em São José dos Campos, e nas captações da Cervejaria Kaiser Brasil, em Jacareí e em Santa Branca.
As PCDs são dotadas de sensores capazes de medir um conjunto de sete parâmetros, que indicam poluição de natureza química e orgânica. Serão medidos oxigênio dissolvido, condutividade, pH, temperatura, salinidade, turbidez das águas, além do nível do rio, que indica indiretamente a pluviosidade e o volume das vazões.
As aplicações
O monitoramento das águas do rio Paraíba deverá oferecer subsídios a órgãos envolvidos na ocorrência de eventos extremos de poluição e enchentes e funcionar como um sistema de alerta no caso de acidentes com cargas perigosas. Outra vantagem do monitoramento é a coleta noturna dos dados. Será possível conhecer o comportamento do rio no período noturno, quando diminui a atividade industrial no Vale, e até detectar lançamentos clandestinos que poderiam ser feitos à noite.
A rede do Rio Paraíba do Sul irá ampliar a atual rede meteorológica e hidrológica do INPE (http://tempo.cptec.inpe.br:9080/PCD/), que conta com centenas de PCD´s distribuídas pelo território brasileiro e algumas unidades em países vizinhos. A rede do Paraíba do Sul deverá subsidiar pesquisas coordenadas pelo INPE na área hidrológica e de meio ambiente, como a do programa de Monitoramento Ambiental do Eixo-Rio São Paulo (MARSP) - (www.cptec.inpe.br/marsp), da Divisão de Clima e Meio Ambiente do CPTEC.
O MARSP reúne uma série de projetos científicos, baseados em estudos interdisciplinares da região do Vale do Paraíba, região Serrana e Litoral Norte. O programa abrange sistemas de monitoramento e estimula os avanços científicos e tecnológicos que possam contribuir para a solução de problemas ambientais da região. Outro interesse do CPTEC na rede do Paraíba do Sul é a possibilidade de se ampliar, com o uso dos dados de chuva, o conhecimento das sazonalidades climáticas da região.
Com a ampliação de pontos monitorados na bacia, integrando dados de qualidade e quantidade da água, será possível gerar séries de dados confiáveis, respaldadas nas séries históricas da Cetesb e do CPTEC/INPE. A expectativa é de que os dados da rede possam ainda fundamentar o processo de outorga e cobrança pelo uso da água; subsidiar o planejamento e a execução de obras; ordenar o uso e a ocupação do solo e oferecer subsídios a estudos hidrológicos para projetos e obras hidráulicas e de abastecimento.
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