Notícia
SCD-2: sete anos em órbita
São José dos Campos-SP, 25 de outubro de 2005
O SCD-2, segundo satélite de coleta de dados ambientais desenvolvido pelo INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia completa amanhã, 22 de outubro de 2005, sete anos de operação em órbita - cinco a mais do que a vida útil projetada inicialmente.
Para comemorar o aniversário do SCD-2, o Instituto promove, nos dias 25 e 26 de outubro, o Workshop de Coleta de Dados Ambientais por Satélites Brasileiros, com o objetivo de apresentar o estado atual do sistema; possibilitar a troca de experiências entre usuários, equipes de operação e equipes de engenharia envolvidas; conhecer os requisitos de cada uma das aplicações de coleta de dados; apresentar os novos desenvolvimentos para melhoria do sistema, e discutir estratégias para garantir a continuidade dos serviços de coleta de dados.
O SCD-2 integra, junto com o SCD-1, lançado em 1993, e com o CBERS-2, o Sistema de Coleta de Dados Ambientais (veja texto abaixo). Tem como missão retransmitir, em direção a uma estação receptora (localizada em Cuiabá), os dados coletados por uma rede de 750 plataformas automáticas de coleta de dados ambientais distribuídas ao longo do território nacional.
Quando o satélite passa sobre a região de visibilidade das estações de rastreio de Cuiabá (MT) e de Alcântara (MA), onde estão localizadas as antenas para o contato com o satélite, os sinais das plataformas que se encontram visíveis ao satélite são captados e retransmitidos à estação. Na estação, os dados recebidos são gravados e, após a passagem do satélite, transmitidos ao Centro de Missão de Coleta de Dados, em Cachoeira Paulista (SP), onde são processados e distribuídos aos usuários.
Histórico
O SCD-2 foi lançado em 22 de Outubro de 1998, pelo lançador americano Pegasus, fabricado pela OSC ("Orbital Sciences Corporation"), o mesmo que colocou em órbita o SCD-1 em fevereiro de 1993. Ficou, assim, garantida a continuidade do Programa de Coleta de Dados Ambientais. Ao completar sete anos em órbita, os subsistemas do SCD-2 continuam a apresentar um desempenho amplamente satisfatório.
A longevidade destes satélites é resultado de uma alta competência tecnológica e do rigor empregado no processo de qualificação tanto para os componentes como para os subsistemas e sua integração. A esses fatores soma-se a competência dos processos operacionais desenvolvidos para o controle dos satélites no INPE, e das bem treinadas e eficientes equipes operacionais.
O SISTEMA BRASILEIRO DE COLETA DE DADOS AMBIENTAIS
O Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais é constituído pelos satélites SCD-1, SCD-2 e CBERS-2 (Segmento Espacial), pela rede de 750 plataformas de coleta de dados espalhadas pelo território nacional, pelas estações de recepção de Cuiabá e de Alcântara, e pelo Centro de Missão Coleta de Dados (CMCD) localizado na cidade de Cachoeira Paulista.
Neste sistema os satélites funcionam como retransmissores de mensagens. Assim, a comunicação entre uma plataforma e as estações de recepção é estabelecida através dos satélites. As plataformas são geralmente configuradas para transmitirem, a cada 200 segundos, cerca de 32 bytes de dados úteis.
NÚMEROS
No dia em que o SCD-2 completar sete anos de operação em órbita, o satélite SCD-1 deverá ter completado o incrível número de 67.011 órbitas em operação, deverá ter recebido de solo um total de aproximadamente 161.900 telecomandos e terá sofrido a execução de 16 manobras de reorientação de seu eixo de rotação.
O fenômeno do SCD-1 está se repetindo com relação ao SCD-2. O primeiro satélite brasileiro foi para o espaço em 1993 com expectativa inicial de um ano de vida útil, mas já superou esse limite em 1200%. Agora o INPE comemora os sete anos em órbita do seu segundo satélite, o SCD-2, em 22 de outubro 2005. Isto significa que nada menos que 350% de seu tempo nominalmente esperado de vida útil, que foi estimado, antes de seu lançamento, em dois anos.
Nesta sua vida no espaço, o SCD-2, que foi inteiramente desenvolvido e produzido no Brasil, completa em 22 de outubro de 2005 o número de 36.952 órbitas. Neste tempo, percorreu uma distância de 1.654.984.445 quilômetros, o que corresponde a 2.177 viagens de ida e volta à Lua (distância de ida e volta à Lua: aproximadamente 760.000 quilômetros).
As manobras realizadas pelo Centro de Controle de Satélites do INPE, em São José dos Campos (SP), também têm números significativos. Foram 24 de reorientação do eixo de rotação, 20 de incremento da velocidade de rotação e 29.228 telecomandos enviados ao satélite até o momento.
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