Notícia
Nova imagem Landsat comprova que seca está pior
São José dos Campos-SP, 21 de outubro de 2005
Uma nova imagem do satélite americano Landsat comprova a situação cada vez mais dramática da seca que atinge a região amazônica. Há uma semana, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, já havia divulgado cenas do satélite que descreviam a diminuição rápida e severa das águas nos afluentes do Amazonas.
A imagem mais recente foi gravada no dia 17 de outubro e mostra as margens dos rios Negro e Solimões ainda mais estreitas, enquanto os lagos de Manacapuru e Manaquiri estão com assinatura de terra seca. "O Arquipélago de Anavilhanas, uma das maravilhas amazônicas, mostra-se seriamente modificado em seu desenho, uma vez que suas mais de quatrocentas ilhas acabaram se interligando, criando outras maiores e reduzindo, assim, drasticamente, o número original", conta o pesquisador Paulo Martini, responsável pela análise das imagens no INPE.
O Landsat mostra o Rio Negro, que até o início de outubro ainda mantinha seu desenho quase intacto, como uma das maiores vítimas destes últimos dias de estiagem. Segundo o pesquisador, há duas causas prováveis: a redução do nível do Rio Amazonas ou a falta de chuvas nas cabeceiras do Rio Negro situadas mais ao norte dos Andes e Maciço das Guianas. "Outro aspecto importante que aparece nesta nova imagem é o aumento de turbidez nas águas do Rio Negro em frente à cidade de Manaus. Como este rio não carrega sedimentos em suspensão como o Solimões, a turbidez pode ser atribuída aos rejeitos urbanos advindos da área metropolitana", analisa Martini.
Comparação
As imagens do satélite estão sub-amostradas, por isso apresentam resolução espacial de aproximadamente 250 metros, enquanto a resolução normal do Landsat é de 30 metros. As duas primeiras imagens divulgadas pelo INPE, uma obtida em 30 de agosto e a outra no dia 1º de outubro, já mostravam a situação anormal dos rios Solimões e Negro. Agora a situação dramática fica ainda mais clara na comparação entre as três cenas.
Imagens processadas por Oton Barros
Divisão de Sensoriamento Remoto do Inpe
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