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Terminam atividades de verão do Projeto Antártica

por INPE
Publicado: Fev 22, 2005
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São José dos Campos-SP, 22 de fevereiro de 2005

Com o regresso do Navio de Apoio Oceanográfico (NAPOc) "Ary Rongel" e dos pesquisadores que estão na Antártica, encerraram-se, em 20 de fevereiro, as atividades do verão 2004/2005 do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), iniciadas em novembro do ano passado, como parte da 23ª Operação Antártica, que se estende até outubro de 2005.

Em atividade há 20 anos, o PROANTAR, desenvolve, desde 2002, 11 projetos selecionados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Divididos em redes, tais projetos têm como objetivos estudar as alterações ambientais globais e sua conexão com a América do Sul (Rede 1), e monitorar o impacto ambiental local causado pela presença do homem na Antártica (Rede 2).

Atualmente, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), em parceria com 15 instituições nacionais e 16 internacionais, é responsável por seis projetos que integram a Rede 1. O verão é muito importante para esses estudos, pois é nesse período que se faz a manutenção dos equipamentos e se prepara a operação de inverno, quando são realizadas coletas contínuas de material.

Segundo a pesquisadora Neusa Paes Leme, representante do Programa Antártico/INPE e coordenadora da Rede 1, as atividades desenvolvidas têm possibilitado o aumento do conhecimento, visando o esboço de respostas sobre o atual quadro climático no planeta, sobretudo para tentar entender a influência da Antártica no continente sul-americano.

Fato muito importante nesta temporada foi a presença, na Estação "Comandante Ferraz", dos representantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do MMA e da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), para o acompanhamento dos projetos. Foram realizadas palestras com o objetivo de mostrar as atividades e resultados preliminares de cada projeto e estimular a integração e discussão de trabalhos.

Em março terão início as atividades de inverno, nas quais o INPE será representado pelo técnico Armando Hadano, que dará apoio aos projetos de Geoespaço, Ozônio e Radiação UV, Luminescência Atmosférica e de Meteorologia. No decorrer do ano, outros participantes do INPE irão realizar trabalhos em Ferraz.

Os projetos do INPE na Antártica

Os trabalhos do INPE na Antártica estão relacionados ao estudo da atmosfera, do ozônio, da radiação solar, do geoespaço e também na área de meteorologia. Esses projetos mantêm atividades durante o ano todo na Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz (EACF) e no Navio de Apoio Oceanográfico "Ary Rongel" (NAPOc).

O projeto "Oceanografia de Altas Latitudes" estuda as correntes marinhas da costa brasileira até a península antártica, para analisar a influência das águas frias e quentes no sul do Brasil. Neste verão, participaram da Operação Antártica no "Ary Rongel" os pesquisadores Dr. Ronald Buss de Souza e o Marcelo Sandin Dourado, fazendo coleta do Brasil até a região da Ilha Rei George, na Antártica. Os dados coletados serão analisados no INPE durante o ano e as informações fornecerão subsídios para o melhor conhecimento das correntes oceânicas antárticas e a conexão com a América do Sul.

Representado pela Dra. Emilia Correia e pelo Dr. José Henrique Fernandez, da Universidade de Taubaté (UNITAU), o projeto "Novos Diagnósticos de Anomalias no Meio Geoespacial a seus Efeitos na Atmosfera terrestre polar, regional e global" monitorou explosões solares e partículas na atmosfera da Terra, que podem interferir nos satélites em órbita, nos processos de telecomunicações e nas variações climáticas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) colaborou com o projeto recebendo sinais de GPS, para dar subsídios aos estudos da ionosfera e posicionamento de pontos geográficos para pesquisadores da área de química, biologia e geologia.

O projeto "Monitoramento de Longo Prazo da Temperatura da Mesosfera na Região Polar Antártica" - que opera apenas no inverno, pois necessita de noites escuras para medir a temperatura da alta atmosfera e, assim, verificar as causas e conseqüências dessa variação nas camadas mais baixas -, fez neste verão uma manutenção do seu módulo para receber o novo fotômetro desenvolvido no INPE, pelos participantes do projeto Dr. Hisao Takahashi e Dr. Delano Gobbi.

Na Estação "Comandante Ferraz", a Dra. Neusa Paes Leme participou do projeto "Estudos do Ozônio, do NO2 e da Radiação Ultravioleta na Antártica", coordenado pelo Dr. Volker Kirchhoff. A camada de ozônio foi monitorada por sensores de solo e sondas lançadas de balões meteorológicos desde setembro, quando surge o buraco na camada de ozônio, até o período de verão, quando a camada já está recuperada e sua concentração, normalizada.

O projeto "Metereologia na Antártica", em atividade desde 1985, contou com o trabalho do Dr. Alberto Setzer e do mestrando Flávio Amaral, tanto na Estação "Comandante Ferraz", quanto no NAPOc "Ary Rongel", com o objetivo de fazer a manutenção das estações meteorológicas e dar apoio meteorológico a todos os participantes da Operação Antártica.

Para saber até que ponto a poluição chega à Antártica e qual o tipo dessa poluição, o projeto "Estudos da Relação Atmosfera - Gelo", coordenado pelo Prof. Dr. Heitor Evangelista da Silva, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), teve como colaborador o engenheiro Marcelo Sampaio, do INPE, e colheu amostras de colunas gelo de vários pontos das geleiras vizinhas à Estação "Comandante Ferraz" para o estudo de transporte de aerossóis pela atmosfera.


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