Notícia
Brasil e China lançam novo satélite em 2006
São José dos Campos-SP, 12 de novembro de 2004
Brasil e China assinam hoje (12/11) os acordos complementares que possibilitarão o desenvolvimento do CBERS-2B (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) e a comercialização de imagens do CBERS-2 para outros países. Os documentos serão assinados pelos ministro-chefe da Comissão de Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional (COSTIND), Zhang Yunchuan, pela China, e pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, pelo Brasil.
O Programa CBERS é fruto da cooperação sino-brasileira iniciada em julho de 1988 para o desenvolvimento conjunto de satélites de observação da Terra. Na China, a implementação do Programa CBERS ficou a cargo da CAST (Chinese Academy of Space Technology/ Academia Chinesa de Tecnologia Espacial) e, no Brasil, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Com lançamento previsto para 2006, a partir de uma base de lançamentos chinesa, o CBERS-2B tem como objetivo garantir que o fornecimento de imagens iniciado em 1999 com o CBERS-1 não seja interrompido. A vida útil projetada dos satélites CBERS é de dois anos. O CBERS-1 operou com sucesso até agosto de 2003. Em outubro de 2003, foi lançado o CBERS-2, uma réplica de seu antecessor. O lançamento do CBERS-3 está previsto para 2008. Caso o CBERS-2 venha a apresentar problemas antes dessa data, haveria uma interrupção nas operações CBERS no período entre a eventual paralisação do CBERS-2 e o lançamento do CBERS-3. Daí a necessidade de construção e lançamento do CBERS-2B neste ínterim.
O CBERS-2B - também uma réplica de seu antecessor - será uma alternativa de baixo custo, na medida em que, na sua integração, serão utilizados equipamentos e peças remanescentes do CBERS-2, produzidas em duplicata por questões de segurança e contingência. A participação do Brasil no projeto do CBERS-2B será de 30%, ficando a China com 70%. Segundo esta proporção, o investimento brasileiro será de aproximadamente US$ 15 milhões, já incluindo os custos de lançamento. O custo total do CBERS-1 e CBERS-2 foi de US$ 118 milhões para o Brasil.
Imagens
Com a assinatura de acordo complementar, Brasil e China poderão comercializar imagens CBERS para outros países. A administração dos licenciamentos ficará a cargo das agências espaciais do Brasil e da China. Inicialmente, o INPE será o responsável pela operacionalização do processo de licenciamento no Brasil. Os recursos obtidos com a comercialização das imagens serão divididos igualmente entre Brasil e China. Já demonstraram interesse em obter o licenciamento para uso das imagens a Argentina, Venezuela, México, Itália e África do Sul.
© Todas as matérias e imagens poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.