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Oficina Técnica discute “Dengue e suas relações com variáveis climáticas e ambientais”

por INPE
Publicado: Ago 19, 2010
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São José dos Campos-SP, 19 de agosto de 2010

Nos dias 23 e 24 de agosto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, realiza a Oficina Técnica Modelagem Dinâmica Espacialmente Explícita em Doenças Infecciosas de Transmissão Vetorial: O Caso da Dengue - Metodologias de Parametrização Observando Variáveis Climáticas e Ambientais.

Esta segunda edição da Oficina – a primeira foi realizada em 2007 – tem como principal enfoque a Dengue e suas relações com variáveis climáticas e ambientais. O evento reúne a FIOCRUZ/RJ, a UFBA, a UNESP/Botucatu e a UFOP com o INPE, representado pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre, o Programa Espaço e Sociedade (PEES) e o GeoCxNets - Geographically-Aware Complex Networks Research Group.

A dengue é a doença viral transmitida por artrópodes que mais rapidamente se espalha no mundo. Cerca de 50 milhões de pessoas são afetadas pela dengue a cada ano, principalmente em áreas urbanas e semi-urbanas e cerca de 2,5 bilhões vivem em países endêmicos para dengue.

Durante as últimas décadas, a doença se tornou uma importante causa de morte e internações por dengue hemorrágica e síndrome de choque por dengue. Ela pode ser causada por quatro sorotipos que são transmitidos principalmente por mosquitos Aedes aegypti. No Brasil, todos os estados possuem o Aedes aegypti, e em cada estado existe pelo menos um dos sorotipos circulando.

Uma grande variedade de fatores influencia a dinâmica espacial e temporal das populações de mosquitos e, portanto, os padrões de transmissão da dengue nas populações humanas. A temperatura, a precipitação pluviométrica e a umidade interferem em todas as fases de desenvolvimento do vetor, desde a eclosão e viabilidade dos ovos, ao tamanho e longevidade dos mosquitos adultos, bem como a sua dispersão no ambiente.

Além disso, fatores como a urbanização não planejada, alta densidade populacional humana, a precariedade dos sistemas de coleta de lixo e abastecimento de água favorecem a proliferação de criadouros e a disseminação da infecção. Por ser uma doença de grande complexidade, devido às interações entre os seres humanos, mosquitos e sorotipos distintos de vírus, entender os fatores que influenciam a persistência da doença tem sido um desafio para os cientistas e gestores públicos.

A vacina ainda está sendo desenvolvida e assim, por enquanto, a única estratégia de controle da doença consiste em manter a quantidade de vetores nos níveis mais baixos possíveis.

Modelos matemáticos, estatísticos e computacionais têm sido desenvolvidos para ajudar a compreender a epidemiologia da doença. Estes modelos têm como objetivo não só prever epidemias, mas também expandir a capacidade de explicação dos fenômenos. Modelos dinâmicos espacialmente explícitos têm a vantagem de monitorar indivíduos ou grupos de indivíduos explicitamente.

Quando inseridas as localizações geográficas e o acoplamento com informações georreferenciadas e quando entendidas as variáveis climáticas e ambientais que interferem no processo epidemiológico, os modelos tornam-se mais adequados às realidades desta complexidade.  

Esta Oficina pretende ser uma contribuição nesta direção. Ela proporcionará o encontro entre pesquisadores que trabalham com modelagem dinâmica espacialmente explícita de doenças infecciosas, sendo o objeto comum a dengue, de maneira a favorecer a troca de experiências e a compreensão das particularidades, peculiaridades e objetivos de cada modelo.

“O que esperamos é que a partir desse encontro, possamos compartilhar o olhar dentro da complexidade da epidemiologia da doença e promover parcerias entre os trabalhos existentes entre estes distintos grupos”, afirmam os coordenadores Líliam César de Castro Medeiros e Antônio Miguel Vieira Monteiro.

Confira aqui a programação da Oficina.


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