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Instituto Interamericano para Pesquisa em Mudanças Globais promove reunião em Brasília

por INPE
Publicado: Jun 07, 2010
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São José dos Campos-SP, 07 de junho de 2010

Imagem Instituto Interamericano para Pesquisa em Mudanças Globais promove reunião em Brasília

Com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto Interamericano para Pesquisa em Mudanças Globais (IAI) realiza de 8 a 11 de junho, em Brasília, a 17ª Conferência das Partes (CoP). Cerca de 40 cientistas e representantes dos 19 países que integram o IAI participam das reuniões do Conselho Executivo para discutir o financiamento e metodologia das atuais pesquisas e dos próximos projetos. Os eventos acontecem na Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), no campus da Universidade de Brasília (UnB).

Com o objetivo de melhorar a compreensão das mudanças ambientais globais e suas implicações socioeconômicas nas Américas, o IAI repassa seus resultados científicos aos responsáveis pelas políticas e tomadores de decisões dos países membros, de forma a ajudar a desenvolver planos e ações adequados para enfrentar os efeitos das mudanças globais em escala regional.

“Atualmente os investimentos em nossos programas de pesquisas somam cerca de US$ 15 milhões”, informa Holm Tiessen, diretor do IAI, que cita o Projeto da Bacia do Prata como um dos mais relevantes. “Trata-se de uma região enorme, de 27 milhões de hectares, e de grande desenvolvimento econômico, com o cultivo de soja e cana-de-açúcar e a produção de carne. Numa área que abrange desde o Mato Grosso, no Brasil, e passa por países vizinhos, estão as maiores mudanças de uso da terra já observadas. As pesquisas mostram que a região da Bacia do Prata já experimenta mudanças regionais de clima e de hidrografia”.

Segundo Holm Tiessen, o IAI busca investimentos para realizar pesquisas que sintetizem o conhecimento necessário aos tomadores de decisão. “Nosso objetivo não é apenas a publicação científica, mas também buscar os temas mais importantes para canalizar recursos e adicionar valor às pesquisas financiadas pelos países”, afirma o diretor do Instituto.

O IAI foi criado durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, para abordar as mudanças globais no âmbito das Américas e promover trabalhos de pesquisa cooperativa multinacional, produzindo informação científica que os países não pudessem realizar individualmente.

Atualmente são 19 os países membros do IAI: Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. A sede do IAI está localizada no campus do INPE, em São José dos Campos (SP).


Hidrologia
A manhã de quinta-feira (dia10) está reservada a evento científico que apresentará resultados de pesquisas relacionadas ao tema "Hidrologia, Sociedade e Ambiente".  Estudantes da UnB foram convidados a assistir a palestras ministradas por Edmo Campos, Reynaldo Luis Victoria, Maria Victoria R. Ballester, pesquisadores da USP, e Javier Tomasella, este do INPE.

O pesquisador do INPE apresentará resultados de um estudo que avaliou como as mudanças climáticas irão afetar os recursos hídricos superficiais e subterrâneos na Bacia do Rio Tocantins.

A palestra de Javier Tomasella mostrará que os cenários climáticos mais críticos, que prevêem a redução de vazões em até 30% nas sub-bacias do Tocantins, correspondem aos períodos de 2020-2030 e 2080-2090. “O cenário 2020-2030 é caracterizado por um aumento de disponibilidade de água somado a um aumento de temperatura, fato que favorece a evaporação e reduz os excedentes hídricos”, adianta o pesquisador do INPE, destacando que a análise da curva de permanência para os cenários futuros indica que o período 2040-2050 deverá apresentar um aumento de vazões máximas.

Os estudos sobre a variação de armazenamento subterrâneo indicam que os aqüíferos sedimentares deverão ser fortemente afetados, principalmente no baixo Tocantins, com diminuição de até 8 metros de água armazenada. Por outro lado, as áreas localizadas nas nascentes deverão sofrer efeitos na recarga e o armazenamento subterrâneo pode subir entre 3 e 4 metros.

Enquanto a programação científica, que consiste nas palestras da manhã do dia 10, é aberta ao público interessado, as reuniões do Conselho Executivo e as atividades da CoP são restritas aos gestores e representantes dos países membros do IAI.

Mais informações sobre o IAI no site www.iai.int.


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