Notícia
COP 15: INPE e CEOS discutem como monitorar as mudanças ambientais globais
São José dos Campos-SP, 11 de dezembro de 2009
Evento promovido pelo Comitê de Satélites de Observação da Terra (CEOS, na sigla em inglês) durante a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), em Copenhague, discutirá a disseminação global de dados de satélites para monitoramento dos efeitos das mudanças ambientais. Às 17h (hora de Brasília) desta sexta-feira (11/12), o evento será conduzido por Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O INPE assume em 2010 a presidência do CEOS, que reúne 28 agências espaciais e 20 organizações nacionais e internacionais, com o objetivo de coordenar o intercâmbio global de dados de satélites de observação da Terra. Gilberto Câmara apresentará as perspectivas do CEOS para o monitoramento climático a partir do lançamento de novos satélites de sensoriamento remoto. O diretor do INPE também falará sobre as emissões de gases de efeito estufa provocadas pelo desmatamento das florestas.
O evento tem como principal palestrante o professor holandês Paul J. Crutzen, vencedor do Prêmio Nobel de Química em 1995 por suas pesquisas relacionadas à destruição da camada de ozônio. Também participam Takashi Moriyama, da agência espacial japonesa (JAXA), e José Achache, do GEO (sigla em inglês do Grupo de Observação da Terra).
O INPE adotou como política distribuir gratuitamente pela internet seus dados de satélites em 2004. Hoje o fácil acesso a dados que contribuam para o melhor entendimento das mudanças ambientais globais é o principal objetivo de organismos internacionais como o CEOS e o GEO, que pretendem disponibilizar e compartilhar informações para monitoramento de níveis de carbono, mudanças climáticas, perda de biodiversidade, desmatamento, recursos hídricos, temperaturas do oceano e outros indicadores críticos para a saúde do planeta e bem-estar da humanidade.
Monitoramento global
Nesta quinta-feira (10/12), INPE e Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) assinaram em Copenhague memorando de entendimento que possibilitará a transferência de tecnologia e capacitação aos países interessados em monitorar florestas por satélites.
Com o PRODES do INPE, o Brasil monitora por satélite 4 milhões de Km² de florestas na Amazônia todos os anos. O maior programa de acompanhamento de florestas do mundo permite ao Brasil medir o desmatamento e divulgar com transparência todas as informações obtidas a partir dos satélites.
Para a FAO, o Brasil abre caminho para o controle do desmatamento e da degradação florestal em todo o mundo quando, por meio do INPE, oferece ajuda aos demais países a avançar na vigilância de suas próprias florestas.
O memorando proporcionará a capacitação técnica necessária ao monitoramento para REDD - Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação em Países em Desenvolvimento. Um dos principais objetivos da FAO, REDD é também um dos temas mais importantes em discussão COP-15.
Os cursos de capacitação serão realizados no Centro Regional da Amazônia (CRA/INPE), inaugurado recentemente em Belém (PA) com a missão de se tornar um centro internacional de difusão de tecnologia de monitoramento por satélite de florestas tropicais. Os técnicos estrangeiros aprenderão a utilizar o TerraAmazon, sistema desenvolvido pelo INPE para seus programas de monitoramento e que estará disponível gratuitamente.
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