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CPTEC/INPE divulga resultados do I Workshop sobre Meteorologia Operacional e Defesa Civil

por INPE
Publicado: Nov 18, 2009
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São José dos Campos-SP, 18 de novembro de 2009

Imagem CPTEC/INPE divulga resultados do I Workshop sobre Meteorologia Operacional e Defesa Civil

Realizado como parte das comemorações pelo 15º aniversário do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE), em Cachoeira Paulista (SP), o “I Workshop sobre Meteorologia Operacional e Defesa Civil” reuniu várias instituições operacionais de meteorologia de atuação nacional, estadual e municipal junto a representantes da Secretaria Nacional da Defesa Civil (SEDEC) e de órgãos estaduais de Defesa Civil. O evento, que aconteceu entre os dias 11 e 13 de novembro, foi organizado pelo CPTEC/INPE em colaboração com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

O Workshop teve como objetivo principal aprimorar a comunicação, entendimento e entrosamento entre as instituições de meteorologia, assim como melhorar a comunicação destes organismos com o Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC), com a finalidade de atender melhor à população em situações de risco meteorológico e, fundamentalmente, de evitar a perda de vidas em situações meteorológicas adversas. 

Para isso, dois Grupos de Trabalho paralelos discutiram a necessidade de: 1- consensuar, adequar e unificar os critérios de envio de avisos meteorológicos para a Defesa Civil; 2- definir os mecanismos mais eficientes de encaminhamento e distribuição dos avisos meteorológicos, assim como estabelecer âmbitos de discussão entre as instituições de meteorologia e o SINDEC.

Abaixo, divulgamos as principais conclusões do Workshop:

1- Respeito dos avisos meteorológicos

O termo utilizado para divulgar um aviso de ocorrência de fenômenos meteorológicos adversos será “AVISO METEOROLÓGICO”, definido como:
Evento atmosférico capaz de produzir, direta ou indiretamente, danos às pessoas ou danos materiais de consideração. Também pode-se considerar como tal, qualquer fenômeno capaz de alterar a atividade humana de forma significativa em um âmbito espacial determinado.

Os fenômenos meteorológicos adversos considerados nos avisos meteorológicos serão:
• Chuvas intensas ou acumulados significativos de precipitação
• Vento intenso ou rajadas de vento
• Queda de granizo
• Descargas elétricas
• Geadas
• Incursões de ar frio intenso ou friagens
• Condições de baixa umidade
• Ondas de calor
• Neve

Será feito um único tipo de aviso meteorológico com prazo de validade que poderá se estender até cinco dias, dependendo da região e do fenômeno atuante.  No caso específico das regiões Norte e Nordeste, os avisos terão validade máxima de 48 horas.  Em função da severidade do fenômeno e da confiabilidade da previsão, os avisos serão acompanhados por comunicação via telefone e/ou Skype.

A linguagem utilizada nos avisos meteorológicos deverá ser simples e objetiva, dando ênfase apenas ao fenômeno e à área a ser atingida. Recomenda-se não referenciar o sistema meteorológico causador do fenômeno. Sugere-se, sempre que possível, elaborar um cessar do aviso meteorológico. Isso dependerá da região e do tipo de fenômeno.

Com o objetivo de refinar a elaboração dos avisos meteorológicos, o CPTEC/INPE disponibilizará uma ferramenta objetiva de previsão de fenômenos adversos, disponível em http://gpt.cptec.inpe.br/~rgpt/pagina/
restrito/index_original.shtml
. Solicita-se que as instituições participantes colaborem na avaliação e futuro aprimoramento desta ferramenta.

Com o objetivo de avaliar a qualidade e utilidade dos avisos meteorológicos emitidos, as instituições de meteorologia solicitam da SEDEC e dos órgãos estaduais de Defesa Civil, o repasse das informações necessárias que permitam confirmar a ocorrência dos fenômenos adversos previstos. Neste sentido, os órgãos estaduais de Defesa Civil se comprometem a repassar as informações correspondentes à SEDEC.

Recomenda-se estabelecer foros de discussão mais específicos dentro do SINDEC, incorporando aspectos de hidrologia e geologia para estabelecer avisos/alertas mais completos.

2- Respeito da disseminação dos avisos

Foi estabelecida a necessidade de um mecanismo de discussão a nível nacional que permita compatibilizar e unificar os avisos meteorológicos encaminhados para a SEDEC e para os órgãos estaduais de Defesa Civil.

Foi discutida uma estratificação da informação encaminhada, e recomendado que as instituições de meteorologia se comuniquem com os respectivos órgãos de Defesa Civil a seu nível de governo.

Foi enfatizado que as instituições de meteorologia e de Defesa Civil (em nível Federal e Estadual) devem estar constantemente em comunicação. Foi acordado o uso do software Skype, para o qual as instituições se comprometem a abrir uma conta no prazo de um mês, a contar da data deste Workshop, e repassar seu endereço para determinados e-mails do CPTEC/INPE. Como alternativa a esta via de comunicação, se propõe o uso de telefone, para o qual será necessário manter constantemente atualizados os números de telefone das instituições, assim como o nome das pessoas de contato.

Estabeleceu-se, para fins de organização, que os órgãos federais de meteorologia enviem seus avisos meteorológicos para a SEDEC, e que os núcleos Estaduais de Meteorologia e Distritos de Meteorologia do INMET enviem seus avisos para órgãos estaduais de Defesa Civil. Foi definido um “fluxograma da informação”, que se detalha esquematicamente na Figura 1 e se descreve a seguir, com a finalidade de unificar e consensuar os textos contendo os avisos meteorológicos. 


Figura 1: fluxograma do envio e distribuição dos Avisos Meteorológicos

No âmbito Federal, o INMET e o CPTEC/INPE entrarão diariamente em contato às 10h30min para definir as áreas sujeitas a avisos meteorológicos e os fenômenos envolvidos (para o qual existe, previamente, uma discussão interna entre a sede do INMET, em Brasília, e os Distritos de Meteorologia). O Aviso resultante da discussão entre CPTEC/INPE e INMET será repassado para os Núcleos Estaduais de Meteorologia, que os receberão, detalharão e encaminharão para o órgão de Defesa Civil do seu Estado. Em caso de dúvidas ou discrepâncias, o Núcleo Estadual entrará em contato com os institutos federais para entrar novamente em acordo sobre o novo texto do aviso. Em caso necessário, o texto será revisado e repassado novamente para a SEDEC. As instituições de meteorologia que realizam previsões de curtíssimo prazo, e que, portanto, podem enviar avisos frequentes e de curto prazo de validade, poderão repassar esses avisos para as instituições federais de acordo com seu critério. Adicionalmente, em caso de necessidade, os Núcleos Estaduais de Meteorologia e DISMEs poderão enviar avisos meteorológicos diretamente para os órgãos estaduais de Defesa Civil sem prévio conhecimento das instituições federais. Contudo, nesses casos, os avisos devem ser repassados imediatamente para o CPTEC e INMET para serem incorporados aos avisos de âmbito nacional, repassados para a SEDEC. Em caso de dúvida ou discordância, os órgãos federais de meteorologia poderão contatar o Núcleo Estadual que emitiu o aviso para discutir a situação meteorológica e, eventualmente modificar o texto original. No âmbito Estadual, os DISMEs e Núcleos Estaduais de Meteorologia também poderão discutir seus avisos meteorológicos e informar o texto de consenso para o INMET e CPTEC, que o incorporarão a seus avisos de abrangência federal.

Para o perfeito funcionamento do mecanismo criado, se faz necessário que órgãos envolvidos tenham uma estrutura que inclua linha telefônica, acesso à Internet de alta velocidade, assim como a possibilidade de uso de aplicativos sem restrições. Solicita-se o compromisso dos órgãos gestores para viabilizar esses meios de comunicação, tendo em vista que a data da primeira reunião virtual será no dia 14 de dezembro de 2009.

Foi decidida a criação de dois comitês executivos, composto por instituições de todas as regiões do país, com o objetivo de ajustar os procedimentos acordados, quando houver necessidade. O primeiro será um Comitê Executivo Técnico, composto pelas instituições a seguir:

Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR), PR
Sistema Meteorológico do Estado de Rio de Janeiro (SIMERJ), RJ
Sistema de Meteorologia e Hidrologia do Estado de Goiás (SIMEGO), GO
Núcleo de Hidrometeorologia e Energias Renováveis (NHMET), AP
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), CE
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que atuará como coordenador
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)

O segundo será um Comitê Técnico Gestor, composto pelas seguintes instituições:

- Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), SC
- Centro de Monitoramento do Tempo, Clima e Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul, (CEMTEC), MS
- Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (SIMGE), MG
- Núcleo de Meteorologia e Hidrologia do Amazonas, (NMHAM), AM
- Laboratório de Meteorologia de Pernambuco, (LAMEPE), PE
- Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)
- Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), que atuará como coordenador

Foi estabelecido um ambiente virtual para a realização de discussões meteorológicas diárias, para ajudar na elaboração dos avisos meteorológicos. Tal discussão se realizará inicialmente de segunda a sexta-feira, às 16 horas (horário de Brasília) e será coordenada, alternadamente, pelo CPTEC e INMET. A discussão deverá ser breve, em virtude do conhecimento prévio da situação meteorológica.

Em workshops anuais serão discutidos aspectos relacionados com as instituições operacionais de meteorologia e Defesa Civil. Propõe-se a realização do II Workshop sobre Meteorologia Operacional e Defesa Civil na cidade de Brasília (provavelmente coorganizado pela SEDEC e o INMET) junto aos coordenadores dos órgãos estaduais de Defesa Civil, com o objetivo de avaliar o andamento dos mecanismos definidos, assim como dos resultados e decisões adotadas no I Workshop.

Estas conclusões estão sendo divulgadas a todos os núcleos de meteorologia do Brasil e os órgãos integrantes do SINDEC, esperando-se que estes procedimentos sejam praticados de forma uniforme pelas instituições no país.


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