Notícia
Climatologistas alertam sobre vulnerabilidade do Brasil a eventos extremos
São José dos Campos-SP, 27 de outubro de 2009
Como resultado do III Simpósio Internacional de Climatologia (SIC), realizado em Canela (RS) entre 18 a 21 de outubro, com ampla participação de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET) divulgou uma carta que aponta os desafios do Brasil frente às mudanças climáticas.
Sob o tema central Mudanças de Clima e Extremos e Avaliação de Riscos Futuros, Planejamento e Desenvolvimento Sustentável, o III SIC avaliou eventos extremos climáticos em várias escalas de tempo, incluindo a detecção e atribuição das causas destes fenômenos, assim como suas dimensões humanas. Além disso, os participantes discutiram o papel dos governos nos aspectos de adaptação da sociedade a estes extremos e o papel das empresas nas discussões sobre mitigação de impactos.
Segundo o documento da SBMET, os resultados dos trabalhos apresentados no III SIC mostram que o Brasil é vulnerável aos eventos climáticos extremos e, mais ainda, às mudanças climáticas que se projetam para o futuro, afetando principalmente os setores menos favorecidos da sociedade.
Os especialistas destacam que a economia brasileira é fortemente baseada em recursos naturais diretamente dependentes do clima. Nossas fontes de energias, agricultura e biodiversidade são potencialmente vulneráveis. O desenvolvimento sustentável do país depende da capacidade de adaptação às mudanças climáticas em todos os setores, além da redução do risco futuro através da diminuição das emissões de gases do efeito estufa.
As secas e enchentes dos últimos anos comprovam a vulnerabilidade e indicam a necessidade de estudos de impactos e análises em escala municipal, para estabelecer medidas de adaptação.
As projeções de cenários climáticos sugerem que as regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas são o Sul, Nordeste e Norte, por serem as mais afetadas pelo aumento na frequência e intensidade de extremos, embora os impactos possam ocorrer em todo o país. Mudanças no uso da terra podem agravar a vulnerabilidade da população em determinados locais.
O documento ainda alerta sobre a necessidade de maior interação entre as comunidades científicas, Defesa Civil e tomadores de decisões dos governos local, estadual e federal, bem como conscientização da população e dos governantes sobre o tema mudanças climáticas, com vistas a sua incorporação na formulação de políticas públicas.
Conclui-se que a combinação entre mudanças climáticas acentuadas e pobreza resulta na maior vulnerabilidade da população e pressão sobre os ecossistemas. Neste contexto, as regiões Norte e Nordeste, com mais baixa capacidade de adaptação em razão do menor grau de desenvolvimento, são as mais impactadas pelos extremos climáticos. Confira aqui a íntegra do documento
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