Notícia
Imagens de 1973 a 1980 mostram o início da ocupação no Mato Grosso
São José dos Campos-SP, 14 de setembro de 2009
Um mosaico feito com imagens dos satélites Landsat 1, 2 e 3 acaba de ser concluído pelo Panamazônia II, projeto desenvolvido na Divisão de Sensoriamento Remoto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A confecção do mosaico comprova que também as áreas de Cerrado estavam bem conservadas até o início da década de 1980.
Notamos uma ocupação muito restrita nos arredores de Alta Floresta, nos garimpos do Rio Peixoto de Azevedo e na Serra do Roncador, onde havia grandes agropecuárias como o empreendimento Suiá Missu, que tinha na época cerca de 400 mil hectares, comenta Paulo Roberto Martini, coordenador do Projeto Panamazônia II. Não existiam neste período os imensos campos de soja, que vieram no final dos anos 80 e início dos anos 90.
É importante lembrar que o Brasil possui um dos acervos de imagens de satélites mais antigos do mundo, pois recebe os dados Landsat desde 1973 através da estação do INPE em Cuiabá. Lançado em 1972, o Landsat foi o primeiro equipamento orbital de sensoriamento remoto de recursos terrestres, sendo o Brasil o terceiro país a receber este tipo de imagem, depois apenas dos Estados Unidos e Canadá. O Centro de Dados de Sensoriamento Remoto do INPE, instalado em Cachoeira Paulista, disponibiliza as imagens deste acervo através da página www.dgi.inpe.br/CDSR
Metodologia
O mosaico do Mato Grosso foi elaborado com imagens do sensor multiespectral MSS do satélite Landsat, que registra alvos maiores que 80 metros. As imagens em RGB são compostas pelas bandas 574, que correspondem aos intervalos espectrais do vermelho, do infravermelho e do verde. A correção geométrica foi elaborada tendo como suporte os mosaicos ortorretificados Geocover, disponibilizados pela NASA, que permitem tomadas de medidas internas e de localização absoluta ao nível da dimensão do pixel (80 metros). Assim, é possível medir com boa precisão as manchas de desmatamento nas áreas de floresta e, também, aquelas iniciais das áreas de cerrado.
O Projeto Panamazônia II atualmente analisa os biomas Floresta e Cerrado do Mato Grosso também com imagens Landsat dos anos de 1990, 2000 e 2005, com atualizações para 2008 apoiadas por imagens do satélite sino-brasileiro CBERS.
Este mosaico que apresentamos agora segue o modelo da NASA para construção de grandes mapas digitais dos continentes em anos chaves da história do sensoriamento remoto orbital, diz Martini, lembrando que a agência espacial americana produziu mosaicos Geocover para os anos de 1990, 2000 e 2005. O Projeto Panamazônia II irá gerar um quadro sinótico da Amazônia Sul-americana para o ano de 1980, completando assim o conjunto de mosaicos da NASA, conclui.
Mais informações sobre o Projeto Panamazônia II no endereço http://www.dsr.inpe.br/panamazon.htm
© Todas as matérias e imagens poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.