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Especialistas discutem como mapear vulnerabilidades às mudanças climáticas da Região Metropolitana de São Paulo

por INPE
Publicado: Jul 17, 2009
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São José dos Campos-SP, 17 de julho de 2009

Imagem Especialistas discutem como mapear vulnerabilidades às mudanças climáticas da Região Metropolitana de São Paulo

De 20 a 22 de julho, na sede da FAPESP, um Painel de Especialistas buscará identificar os riscos do aquecimento global para a Região Metropolitana de São Paulo, bem como os benefícios em segurança e desenvolvimento socioeconômico das ações de redução das emissões dos gases do efeito estufa e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.

O Painel é parte de estudo liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que mapeia as vulnerabilidades nas duas megacidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, com o objetivo de subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas e as tomadas de decisão do Plano Nacional e Planos Estaduais de Mudanças Climáticas.

Representantes da comunidade acadêmica internacional e nacional, gestores de políticas públicas e formadores de opinião irão discutir as relações entre mudanças climáticas, megacidades, urbanização, vulnerabilidade, desigualdade, sustentabilidade e adaptação aos efeitos do aquecimento global.

Entre os participantes, o professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Ricardo Abramovay; o professor da Faculdade de Medicina da USP, Paulo Saldiva; o presidente da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo de São Paulo, Fernando Rey; e o pesquisador do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED, na sigla em inglês), David Dodman, que acaba de lançar no Reino Unido uma publicação sobre adaptação às mudanças climáticas em grandes cidades.

“Vamos discutir com especialistas de diferentes áreas as melhores maneiras de identificar e avaliar as principais vulnerabilidades das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro face às mudanças climáticas já observadas e às projeções de tais mudanças ao longo desse século”, diz o climatologista Carlos Nobre, coordenador do estudo pelo Inpe. Na Unicamp, o projeto é liderado por Daniel Hogan, coordenador do tema de Mudanças Climáticas e Cidades, da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede CLIMA).

A pesquisa, com conclusão prevista para meados de 2010, é financiada pela Embaixada do Reino Unido, pela Rede CLIMA e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para as Mudanças Climáticas, com o apoio do Programa FAPESP de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais e das Secretarias Estadual e Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro.

Megacidades
Grandes cidades brasileiras, em particular São Paulo e Rio de Janeiro, apresentam um conjunto de problemas socioambientais associados aos padrões de desenvolvimento e transformações do espaço. As regiões metropolitanas das duas cidades concentram mais de 30 milhões de habitantes, ou aproximadamente 16% da população do país. Os resultados do estudo nestas megacidades deverão ser importantes para outras regiões do Brasil, país que concentra mais de 80% de sua população em áreas urbanas e possui dezenas de cidades com número superior a 500 mil habitantes.

Eventos climáticos extremos implicam em deslizamentos em encostas, alagamentos, inundações e enchentes, picos de poluição atmosférica e erosão em áreas costeiras nas cidades litorâneas. Para os cientistas, as recentes catástrofes em várias cidades brasileiras revelam que ações mitigadoras e adaptativas são imperativas e ganham novas dimensões em termos de segurança humana e patrimonial e do desenvolvimento sustentável do país.

Para o mapeamento das vulnerabilidades será utilizada uma base de dados georreferenciada de ambas as regiões metropolitanas com informações sobre climatologia, poluição ambiental, relevo, hidrografia, áreas de proteção, uso e ocupação da terra, expansão urbana, áreas de inundação e risco de deslizamento, dados censitários e socioeconômicos, informações de saúde, entre outras. Preparada pelas equipes do Inpe e da Unicamp, esta base também utiliza dados do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-Inpe), Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-Inpe), Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Fundação Ceperj), Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Fundação GEO-RIO, Instituto Pereira Passos, Centro de Estudos da Metrópole, Cetesb, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S. A. (Emplasa), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Florestal da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ligado à Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo e Prefeitura Municipal de São Paulo.

Programa do Painel de Especialistas em São Paulo


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