Notícia
Especialistas discutem no CPTEC/INPE o apoio da meteorologia à saúde pública
São José dos Campos-SP, 27 de maio de 2009
O surgimento ou o agravamento de doenças têm, em muitos casos, relação direta com as alterações do tempo, com as mudanças do clima e do meio ambiente. A melhoria das previsões de tempo e clima nos últimos anos tem propiciado uma série de desenvolvimentos que oferecem suporte a políticas públicas na área de saúde.
O tema será discutido no I Encontro Meteorologia e Saúde, que será realizado neste sábado (30/5) no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE), em Cachoeira Paulista (SP). O evento é dirigido a tomadores de decisão do setor público do Vale do Paraíba, com atuação em secretarias de saúde, de meio ambiente e hospitais, como também a médicos, docentes e estudantes da área médica e de saúde pública.
O evento será aberto pelo coordenador do CPTEC/INPE, Luiz Augusto Machado. Na primeira palestra, o pesquisador da USP, Paulo Saldiva, ministra palestra sobre poluição atmosférica. Na apresentação seguinte, a pesquisadora do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Micheline Coelho, expõe o projeto Modelo Brasileiro de Clima e Saúde (MBCS) - Uma aplicação da Meteorologia na Saúde Pública, desenvolvido com o intuito de prever internações a partir de variáveis ambientais. O MBCS vem sendo utilizado como ferramenta ao setor de saúde e no gerenciamento dos recursos humanos e econômicos.
O cardiologista e diretor suplementar do InCor, Roque Savioli, aborda as relações entre ecossistemas e doenças cardiovasculares. Já a pesquisadora Simone Sievert, do CPTEC/INPE, apresenta o monitoramento da radiação ultravioleta feito para cidades e regiões. A exposição excessiva aos raios solares é apontada como fator de risco à saúde, podendo provocar danos à pele e aos olhos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, cerca de 120 mil novos casos de câncer de pele não-melanoma são diagnosticados a cada ano no país.
Em outra exposição, a pesquisadora Rauda Lúcia, também do CPTEC/INPE, apresentará o projeto Qualidade do ar no Vale do Paraíba-SP: quantificação do risco ambiental da população, que será desenvolvido em quatro municípios e um distrito da região. O objetivo é analisar a qualidade do ar e sua relação com indicadores de saúde, como internação e mortalidade por doenças respiratórias e cardiovasculares. O projeto prevê o uso de biomonitoramento e medidas de concentração de poluentes (ozônio e material particulado) para avaliar os efeitos da poluição na saúde da população.
Além dos projetos apresentados durante o encontro, o CPTEC/INPE também está desenvolvendo, há cerca de um ano, em parceria com o Ministério da Saúde, o SISAM - Sistema de Informações Ambientais integrado à Saúde Ambiental. O projeto coloca à disposição dos gestores da rede pública de saúde dados meteorológicos que podem ter relação com situações de risco à saúde pública.
O pesquisador e chefe da Divisão de Satélites Ambientais (DSA) do CPTEC/INPE, Carlos Frederico Angelis, explica que o SISAM tem como base um sistema integrador de informações. Através do SISAM, é possível acompanhar mapas e dados sobre radiação ultravioleta, temperatura, precipitação, número de dias sem chuva, descargas elétricas, entre outros, para todo o território nacional.
Ao final do encontro, o chefe da DSA coordena a mesa-redonda Meio ambiente e saúde como suporte para políticas públicas. Pretende-se avaliar, nesta discussão, as possibilidades e potencialidades dos atuais sistemas de monitoramento meteorológico no gerenciamento da saúde pública.
Mais informações: http://www.cptec.inpe.br/~rwww/meteo_saude/
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