Notícia
ELAT/INPE divulga primeiro levantamento de mortes por raios no país
São José dos Campos-SP, 08 de janeiro de 2009
Levantamento inédito do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE) revela que o número de mortes por raios no Brasil em 2008 foi o maior da década. Foram 75 mortes, contra 47 em 2007. O recorde anterior era de 73 mortes no ano de 2001.
O número de raios no país em 2008 também foi maior que em 2007, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, superando 60 milhões. Para 2009 é previsto que o número de raios se mantenha nos níveis de 2008. Duas mortes já ocorreram na Bahia neste ano.
Em 2008, 61% dos casos ocorreram no verão - na primavera foram 23% -, 83% ao ar livre e 76% das vítimas eram do sexo masculino. Por grupos de pessoas e locais, a maior incidência foi com homens adultos na zona rural (cerca de 30% dos casos).
Do total de casos, 63% aconteceram na zona rural, 22% na zona urbana, 10% em rodovias e 5% no litoral.
Por regiões, o Sudeste teve a maior percentagem (39%), seguido pelo Nordeste (32%), Sul (15%), Centro-oeste (9%) e Norte (5%).
Por estados, São Paulo vem em primeiro lugar com 20 casos, seguido pelo Ceará (7), Minas Gerais e Alagoas (6) e Rio Grande do Sul (5).
Quanto às circunstâncias mais comuns, o trabalho agropecuário no campo (19%), a proximidade de meio de transporte como motos (17%), dentro de casa (17%) e perto mas não no interior de residências (12%). Duas situações merecem destaque: os primeiros casos no país de pessoas falando ao celular dentro de casa com o aparelho ligado à rede elétrica (4%) e o relativamente pequeno número de casos de pessoas jogando futebol (5%), comenta Osmar Pinto Junior, coordenador do ELAT/INPE.
Em 2008, a chance de ser atingido por um raio no país foi de 1 em 2,5 milhões. Valores máximos desta probabilidade ocorreram em Alagoas e Tocantins (1 em 500 mil) e valores mínimos no Rio de Janeiro, Bahia e Pará (1 em 7,5 milhões). Em São Paulo, a chance foi de 1 em 2 milhões. Todas estas probabilidades são maiores do que aquela de acertar a loteria com um palpite simples (1 em 50 milhões).
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