Notícia
Novo sistema do INPE mapeia áreas degradadas na Amazônia
São José dos Campos-SP, 19 de dezembro de 2008
Levantamento preliminar do sistema DEGRAD revela 24.932 km2 de áreas em processo de desmatamento no ano de 2008
Pela primeira vez, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mapeou as áreas em processo de desmatamento em toda a Amazônia Legal. Inovador, o novo sistema pode dar importante subsídio aos órgãos de fiscalização para impedir a derrubada completa da floresta. Os dados preliminares do sistema DEGRAD foram apresentados em Brasília durante o VI Seminário Técnico-Científico de Análise de Dados do Desmatamento na Amazônia Legal, promovido nesta quinta e sexta-feira (19/12) pelos ministérios da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente e Casa Civil.
No final de novembro, o INPE divulgou a taxa de desmatamento na Amazônia no período 2007-2008 computada pelo PRODES, sistema que há 20 anos mapeia o corte raso, ou seja, as áreas onde a cobertura florestal nativa foi totalmente retirada. Chamado de DEGRAD, o novo sistema foi desenvolvido para mapear anualmente, e em detalhe, as áreas em processo de desmatamento e que não são computadas pelo PRODES.
A partir de imagens dos satélites Landsat e CBERS, o objetivo do DEGRAD é identificar as áreas de degradação. Neste primeiro levantamento da degradação florestal na Amazônia para os anos de 2007 e 2008, o INPE utilizou o mesmo conjunto de 85 imagens Landsat processadas para o PRODES. O restante do mapeamento deverá ser concluído no primeiro semestre de 2009.
O levantamento preliminar de áreas degradadas registrou 14.915 km2 em 2007 e 24.932 km2 em 2008. Confira na tabela abaixo as áreas degradadas (km2) por Estado da Amazônia Legal.
O INPE calculou ainda que 1.845 km2, aproximadamente 13% da área mapeada como degradação em 2007, foi convertida em corte raso em 2008 e, portanto, contabilizada pelo PRODES. A distribuição por Estado desta área está na tabela que segue:
O INPE publicou relatório detalhado dos dados aferidos por seus sistemas PRODES, DETER e DEGRAD nos anos 2007 e 2008. O relatório completo está disponível para download em http://www.obt.inpe.br/prodes/Relatorio_Prodes2008.pdf.
O Seminário
Desde 2003, representantes de instituições de pesquisa e de órgãos públicos, federais e estaduais, e da sociedade civil, reúnem-se para discutir e trocar experiências sobre a dinâmica do desmatamento, metodologias de monitoramento e alternativas viáveis de controle e prevenção.
O objetivo geral deste Seminário é analisar os dados da estimativa de desmatamento em 2008, recentemente anunciados pelo INPE, no âmbito do Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia - PRODES (www.obt.inpe.br/prodes).
Assim, o seminário pretende identificar os principais vetores do desmatamento, as tendências e os cenários para a região amazônica; discernir, quando possível, as áreas de desmatamento legalmente autorizados dos desmatamentos ilegais; identificar novas frentes de desmatamento; definir as áreas críticas e prioritárias para a adoção de medidas emergenciais de combate ao desmatamento ilegal; e debater e identificar oportunidades para o aprimoramento das metodologias de avaliação do desmatamento na região.
Para o INPE, esta edição do Seminário ocorre num momento significativo. Após consecutivas quedas anuais no desmatamento, a partir do segundo semestre de 2007, o DETER começou a apontar tendência expressiva de aumento. Como resultado, o governo federal estabeleceu novos instrumentos preventivos e políticas voltadas a impedir a expansão do desmatamento.
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