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Acesso ao INPE de Cachoeira Paulista via Internet fica mais rápido

por INPE
Publicado: Set 15, 2008
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São José dos Campos-SP, 15 de setembro de 2008

Usuários do INPE/CPTEC e de imagens de sensoriamento remoto são beneficiados

No início deste mês, a unidade de Cachoeira Paulista do INPE migrou boa parte de suas conexões de Internet para um novo ponto de presença (PoP) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), localizado no Rio de Janeiro. A conexão foi estabelecida em março deste ano, mas com fluxo de dados operando de modo parcial. Somente com a implementação do Sistema Autônomo no INPE, no início deste mês, as transmissões começaram a ser direcionadas ao PoP-RNP do Rio de Janeiro. 

A unidade de Cachoeira Paulista estava ligada a Rede Ipê da RNP através de um link de 100 Mbps (Megabits por segundo) com o INPE de São José dos Campos e a partir daí, numa conexão de 155 Mbps, com o ponto de presença de São Paulo. Neste último trecho, o INPE compartilha suas transmissões com outras instituições de pesquisa e universidades do Vale do Paraíba. 

O novo enlace, com o Rio de Janeiro e capacidade de 155 Mbps, é todo dedicado ao tráfego de dados do INPE de Cachoeira Paulista. Além de desafogar o tráfego do INPE como um todo, as conexões das duas unidades passaram a formar um sistema de redundância. Na eventualidade de uma pane em uma delas, a outra passa a ser utilizada como alternativa. 

Com esta melhoria, as conexões do INPE de Cachoeira Paulista, que recebe e envia diariamente um grande volume dados meteorológicos e ambientais, incluindo imagens de satélite, ficaram mais rápidas. “Havia uma forte demanda por esta melhoria na capacidade de conexão do INPE de Cachoeira Paulista”, afirma Maria Assunção Dias, coordenadora do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), uma das áreas do INPE beneficiada com o novo link fornecido pela RNP.

Segundo o diretor da RNP, Nelson Simões, “a ampliação da capacidade das transmissões da unidade de Cachoeira Paulista faz parte do compromisso de suprir minimamente o fluxo de dados via Internet do INPE, mantendo com isso a regularidade de suas atividades operacionais e de pesquisa”.

A RNP é responsável pela implementação da infra-estrutura de acesso à Internet das comunidades acadêmica e de pesquisa do país, através de conexões a pontos de presença (PoPs) regionais, localizados em 27 estados. A Rede Ipê da RNP conta hoje com cerca de 400 instituições e universidades conectadas. Confira aqui a Rede Ipê.

Simões revela que a meta da RNP é ampliar a conexão do INPE em até 10 Gigabits por segundo, o que aumentaria em mil vezes a atual capacidade. De acordo com o diretor da RNP pretende-se alcançar este objetivo até 2010.

Conexão mais rápida estimula novos projetos de pesquisa

A Divisão de Geração de Imagens (DGI), ligada à Coordenação de Observação da Terra (OBT), é responsável pelo maior volume de transferência de dados do INPE de Cachoeira Paulista, com fluxo de 250 Gigabytes por dia. Este volume refere-se ao trânsito diário de dados brutos dos satélites CBERS-2, CBERS-2B, LANDSAT-5, TERRA e AQUA, enviados pela Estação de Recepção e Gravação (ERG), do INPE de Cuiabá (MT), além de imagens geradas a partir do processamento destes dados de satélites, entre outras obtidas por usuários que consultam e fazem downloads a partir das séries históricas. Este arquivo de imagens conta com um volume de 115 Terabytes. Somente no último mês de agosto foram distribuídas 33.308 imagens, das quais 18.751 dos satélites CBERS-2 e CBERS-2B. 

Como a transferência diária de dados brutos e de imagens é extremamente intensa, a DGI vinha consumindo boa parte da única banda disponível, gerando lentidão em determinados momentos na conexão com o INPE de Cachoeira Paulista. Segundo Ivan Barbosa, chefe da DGI, o tráfego de dados dos satélites de sensoriamento remoto está agora sendo dividido entre os PoPs do Rio e de São Paulo, tornando o acesso ao INPE de Cachoeira muito mais rápido.

As conexões do CPTEC e da Divisão de Geração de Imagens (DGI) geram juntos picos diários de 125 Mbps (Megabits por segundo), de acordo com o chefe da Supercomputação e Suporte do INPE/CPTEC, Eugênio Almeida. A DGI é responsável por cerca de 70% do uso da banda, ficando o restante a cargo do INPE/CPTEC.

A folga hoje proporcionada pela banda de 155 Mbps deverá ser explorada em uma série de atividades de cooperação do INPE/CPTEC com outros centros internacionais de pesquisa. Waldenio conta que para driblar a dificuldade de envio dos 14 Gigabytes do projeto TIGGE para três centros internacionais de previsão de tempo em menos de seis horas, o CPTEC estava contando com a colaboração do Centro Europeu de Previsão de Tempo a Médio Prazo (ECMWF). O Centro Europeu vem recebendo os dados e os reenviando a outros dois centros meteorológicos: o National Center for Atmospheric Research (NCAR), nos Estados Unidos, e o China Meteorological Administration (CMA), em Pequim, China. Segundo Waldenio, os testes para o envio direto dos dados às três instituições já iniciaram, assim como os de recebimento de volumes superiores a 250 Gigabytes por dia, provenientes destes centros internacionais.

O TIGGE (THORPEX Interactive Grand Global Ensemble) prevê a cooperação de vários centros internacionais para o desenvolvimento conjunto de previsões por ensemble (método cuja previsão é extraída a partir do processamento de um conjunto de previsões).

Em outro projeto de cooperação internacional, o CPTEC conta com a nova capacidade da banda para transmitir dados meteorológicos e ambientais que serão utilizados para gerar previsões de transporte de emissões de poluentes em mega cidades da América do Sul. O projeto SAEMC (South American Emissions, Megacities and Climate), em colaboração com centros de pesquisa internacionais, prevê a implementação de uma grade computacional para processamento desses dados. 

Segundo Almeida, esta grade será utilizada na geração de previsões ambientais em clusters de outros centros de pesquisa de países sul-americanos. O projeto tem como objetivo calcular a estimativa e a evolução do transporte de emissões de poluentes em mega cidades da América do Sul. Também tem como propósito gerar cenários de impactos de mudanças climáticas com ênfase nas emissões de poluentes em grandes metrópoles do continente sul-americano.


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