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Nota de esclarecimento

por INPE
Publicado: Jul 31, 2008
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São José dos Campos-SP, 31 de julho de 2008

Imagem Nota de esclarecimento

Sobre o monitoramento por satélites do desmatamento na Amazônia, o Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (INPE) faz os seguintes esclarecimentos: 

1. O INPE conta hoje com dois sistemas operacionais para monitoramento do desmatamento na Amazônia: PRODES e o DETER. Estes dois sistemas são complementares e foram concebidos para atender a diferentes objetivos.

2. O PRODES mede as taxas anuais de corte raso para incrementos superiores a 6,25 hectares. As medidas do PRODES são feitas em meses de boas condições de observação na Amazônia, em geral de julho a setembro (em que é possível observar cerca de 90% da região sem cobertura de nuvens). Por ser mais detalhado e depender das condições climáticas da estação seca para aquisição de imagens livres de nuvens, é feito apenas uma vez por ano, com sua divulgação prevista para dezembro de cada ano.

3. A partir de 2004 o INPE implantou o sistema DETER, para apoio à fiscalização e controle do desmatamento da Amazônia. Com o DETER, o INPE divulga mensalmente um mapa de alertas, com áreas maiores que 25 ha. Esses mapas indicam áreas totalmente desmatadas (corte raso) e áreas em processo de desmatamento, computadas em conjunto na medida da área de desmatamento. Como sistema de alerta, o DETER precisa indicar o desmatamento como um processo, e não apenas o estágio final (corte raso). O DETER contabiliza apenas áreas grandes e há meses nos quais o monitoramento é prejudicado pela presença de nuvens. 

4. O INPE não recomenda o uso dos dados do DETER para a estimativa de taxas de desmatamento. A variabilidade inter-anual de condições meteorológicas afeta a capacidade de detecção dos objetos de mapeamento do DETER (corte raso, exploração florestal e degradação florestal) impossibilitando comparações quantitativas entre resultados do DETER de diferentes anos e projeções de taxas de desmatamento anuais. A série temporal de operação conjunta do DETER e do PRODES de apenas quatro anos é ainda insuficiente para o estabelecimento de relações estatísticas robustas dos resultados do DETER na produção de estimativas de taxas anuais de desmatamento na categoria corte raso, atribuição do PRODES que utiliza sensores apropriados para este fim desde 1988. 

5. Os números do DETER indicam, entretanto, que a taxa anual de desmatamento a ser medida pelo PRODES para o período Ago/07-Jul/08 será provavelmente maior que a taxa medida no período Ago/06-Jul/07. Em conclusão, o INPE não recomenda prognósticos sobre a magnitude deste aumento. É preciso lembrar que a indicação de áreas do DETER visa o planejamento das atividades de fiscalização pelo IBAMA e Secretarias de Meio Ambiente dos Estados. O sistema é totalmente transparente e o INPE publica no site do Deter toda a informação disponível, incluindo as imagens e os mapas de cobertura de nuvens e dos polígonos de desmatamento.


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