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Especialistas utilizam modelo do INPE em treinamento para gerar cenários climáticos para a América do Sul

por INPE
Publicado: Jul 11, 2008
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São José dos Campos-SP, 11 de julho de 2008

Imagem Especialistas utilizam modelo do INPE em treinamento para gerar cenários climáticos para a América do Sul

Nos últimos cinco anos, centros de pesquisa nos Estados Unidos e Europa têm produzido cenários mais detalhados de mudanças climáticas, com uso de modelos regionais de melhor resolução espacial. No Brasil, projeções para a América do Sul, com ênfase nas regiões brasileiras, foram divulgadas no ano passado pela primeira vez (acesse aqui Sumário Técnico), com simulações feitas com base em modelos regionais rodados pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, do INPE, e Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da USP. O projeto foi financiado pelo governo britânico e pelo Programa PROBIO, do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Uma nova rodada de cenários para a América do Sul está sendo gerada pelo INPE, a partir do Modelo Eta, utilizado atualmente para previsões de tempo e clima para o país. Os resultados desse processamento que iniciou em março serão apresentados a especialistas de 19 países ibero-americanos que começam um treinamento em modelagem de mudanças climáticas neste domingo (13/7). O evento, a ser realizado em Cachoeira Paulista (SP), irá se estender até o próximo dia 18 e está sendo promovido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com o apoio da Red Iberoamericana de Oficinas de Cambio Climático, da Espanha.

Os cenários para a América do Sul são provenientes de dois modelos globais que participaram do quarto relatório do IPCC, divulgado no ano passado: o HADCM3 (inglês) e do ECHAM4 (alemão). Estes cenários estão sendo regionalizados na resolução espacial de 40 quilômetros e detalham a distribuição das mudanças climáticas para os períodos de 2010 a 2100.

O Brasil tem sido o único país da América do Sul a detalhar as projeções de mudanças climáticas para esta grande região. Centros de pesquisa na Argentina e Chile têm gerado cenários, mas somente para algumas regiões do continente e para períodos menores que 30 anos.

Segundo José Antonio Marengo, pesquisador do INPE e um dos responsáveis pelo treinamento, a proposta é capacitar especialistas da região no desenvolvimento de cenários de mudanças climáticas e eventos extremos, permitindo a geração de mapas de vulnerabilidade, úteis na elaboração de políticas públicas e aplicação de medidas de adaptação e mitigação.

Segundo a pesquisadora Chou Sin Chan, do INPE, também envolvida na organização do evento, “durante o curso, os especialistas terão a oportunidade de rodar cenários com detalhamento de, por exemplo, 15 quilômetros para um período de um a 2 anos”. Ela ressalta que o Modelo Eta tem como vantagem a alta eficiência computacional. É possível utilizar PCs e pequenos clusters para produzir os cenários futuros.

A expectativa é de que, nesta primeira etapa do curso, especialistas da área de modelagem possam desenvolver estudos preliminares de mudanças climáticas para regiões específicas e temas de interesse a seus países. A partir das projeções do Modelo Eta poderão ser gerados cenários e mapas de vulnerabilidade, que indiquem possíveis impactos sobre a cobertura da vegetação, recursos hídricos, agricultura, saúde entre outros temas.

Após esta primeira etapa, os participantes poderão levar os dados gerados nos trabalhos desenvolvidos ao longo do treinamento para serem aperfeiçoados em suas instituições. A idéia do treinamento é fazer com que cada um dos especialistas dissemine o conhecimento adquirido entre outros especialistas de seu país de origem.

Na segunda etapa do treinamento, após seis meses, aproximadamente, estes pesquisadores irão retornar ao CPTEC/INPE, em Cachoeira Paulista, para novas apresentações e discussões sobre os trabalhos desenvolvidos.


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