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Satélites CBERS e SCD monitoram águia na Mata Atlântica

por INPE
Publicado: Mai 28, 2008
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São José dos Campos-SP, 28 de maio de 2008

Imagem Satélites CBERS e SCD monitoram águia na Mata Atlântica

Pela primeira vez na Mata Atlântica, os vôos de um gavião-real, a maior águia das Américas, também conhecido como harpia, serão monitorados por meio dos satélites SCD e CBERS, operados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esta espécie possui ampla distribuição nas florestas do Brasil, mas está ameaçada de extinção na Mata Atlântica. A tecnologia implantada combina o esforço de quatro instituições públicas – INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O Projeto Harpia na Mata Atlântica também conta com a estrutura logística e financiamento da empresa Veracel Celulose.

Os dispositivos de monitoramento foram implantados e a águia solta na manhã do dia 15 de maio. “A águia deverá ser monitorada via satélite pelos próximos três anos, gerando informações sobre a movimentação na floresta Atlântica e nos mosaicos formados pelas matas e plantio de eucalipto, bem como sobre a distância de dispersão desta espécie nesta região”, conta o Dr. José Eduardo Mantovani, pesquisador do INPE. “Este projeto é de grande importância porque seus resultados servirão como subsídios para futuros programas de manejo e conservação da espécie no bioma da Mata Atlântica”. 

A águia que está sendo monitorada foi encontrada caída por funcionários da Fazenda Aliança, em Itagimirim (BA), área de atuação da Veracel. A ave foi encaminhada para o IBAMA, que a entregou aos cuidados dos técnicos do projeto. Algumas áreas potenciais para soltura da águia na região, priorizando as Unidades de Conservação, foram visitadas para avaliar a estrutura e porte florestal para suprir as condições básicas de sobrevivência deste indivíduo. 

O Parque Nacional do Pau-Brasil, em Porto Seguro (BA), foi escolhido para receber o gavião-real porque nele já estava prevista a soltura de uma outra harpia, também resgatada no sul da Bahia há alguns anos e que está sendo reabilitada na Estação Veracel. Esse é o quinto indivíduo de vida livre a receber uma anilha do CEMAVE (Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres), e o segundo no Brasil a receber um radiotransmissor equipado com GPS para rastreamento de sua movimentação. Porém, é o primeiro indivíduo a ser marcado e monitorado na Mata Atlântica, pois os outros foram na Amazônia. O “Projeto Harpia na Mata Atlântica” é um dos sub-projetos do “Projeto Gavião-real”, coordenado pela Dra. Tânia Sanaiotti (INPA) e financiado pela Fundação O Boticário, iniciado na região Amazônica há dez anos e cujo objetivo principal é a conservação da espécie no Brasil.

Além do Dr. José Eduardo Mantovani (INPE), participaram da soltura da ave os especialistas: Dra. Tânia Sanaiotti (INPA), Raquel Miguel e Aureo Banhos (ICMBio), Ligia Ilg (IBAMA), Eduardo Pio M. Carvalho, Marcus Canuto, Carlos Eduardo Alencar, Giancarlo Zorzin e Gustavo Diniz (S.O.S. Falconiformes - Centro de Pesquisa para Conservação das Aves de Rapina Neotropicais), Jorge Sales Lisboa (ABFPAR – Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina), João Marcos Rosa (Agência Nitro de Fotografia), e Carlos André Gaspar dos Santos e Ligia Mendes (Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel).

O rastreamento
A ave recebeu um anel metálico (anilha) contendo um código de identificação. Este anel é fornecido pelo CEMAVE e contém a numeração “Z 1006”, gravada em aço inox para evitar danos pela ave e deterioração com as intempéries. Também recebeu um implante subcutâneo (microchip) com um código de identificação específico para leitura à distância, permitindo a identificação do animal sem que seja necessário o seu manejo direto. 

Um radiotransmissor permitirá acompanhar sua movimentação durante um prazo de três anos, através da captação de seus sinais no campo. Um segundo radiotransmissor com GPS acumula as informações de posicionamento e está programado para transmiti-las através do sistema de coleta de dados dos satélites do INPE.

 
A águia recebeu uma anilha com código de identificação



 
Radiotransmissor acompanhará movimentação da ave durante três anos


Crédito das fotos: João Marcos Rosa (Projeto Harpia na Mata Atlântica)


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