Notícia
Geodesastres analisa ciclone extratropical que causou danos em SC e RS
São José dos Campos-SP, 09 de maio de 2008
No Centro Regional Sul do INPE, em Santa Maria, pesquisadores do Núcleo de Aplicação e Pesquisa de Geotecnologias em Desastres Naturais e Eventos Extremos (Geodesastres) analisaram a passagem do ciclone extratropical que causou estragos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul na última semana. Confira a Nota Técnica que explica a formação do ciclone e apresenta fotos e imagens de satélites que mostram suas conseqüências.
Os ciclones extratropicais ocasionam mudanças no tempo em diversas regiões, produzindo cobertura de nuvens, chuvas e até mesmo fortes ventanias e temporais. Este é um fenômeno freqüente nesta região, mas devido a um bloqueio atmosférico, que impediu seu deslocamento, este ciclone permaneceu próximo à costa causando muitos prejuízos, explica a Dra. Tania Maria Sausen, coordenadora do Núcleo Geodesastres.
O ciclone atingiu sua máxima intensidade na madrugada do último sábado, dia 3. As imagens de satélite deixam evidentes uma região de baixa pressão sobre os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, causando muita nebulosidade, ventos fortes e temporais. Os ventos chegaram a 100km/h no litoral e na região nordeste do Rio Grande do Sul; em Porto Alegre atingiram 80km/h e a precipitação acumulada entre os dias 3 e 4 foi de 152,6 mm.
Os pesquisadores do Núcleo Geodesastres estudaram imagens do satélite meteorológico GOES-10 dos dias 2 e 3 de maio e compararam as imagens do sensor Modis do satélite Terra de 9 de abril e 6 de maio. Uma imagem SRTM de 6 de maio serviu para analisar o relevo e monitorar a inundação ao longo do rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul, e também as áreas inundadas em Santa Catarina.
Como estes satélites geram imagens diariamente, é possível fazer um monitoramento das áreas afetadas pela inundação, mapear os municípios inundados e afetados, medidas de sessões transversais do canal do rio, medidas de precipitação, acompanhar o deslocamento do ciclone extratropical e associar todas estas informações com as características do relevo da área atingida, determinante para o tipo de inundação ocorrida, conclui a Dra. Tânia Sausen.
Saiba mais no site www.inpe.br/crs/geodesastres.
Imagens do satélite GOES 10 dos dias 2 e 3 de maio, período de maior atividade do ciclone extratropical
Imagem do sensor MODIS do satélite Terra do dia 6 de maio, mostrando a inundação no rio dos Sinos e nas lagoas costeiras do Rio Grande do Sul
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