Notícia
INPE e Sema-MT se reúnem em São José dos Campos
São José dos Campos-SP, 01 de abril de 2008
Técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema-MT) se reuniram na sede do Instituto, em São José dos Campos, nos dias 24 e 25 de março, para tratar de análise de imagens de satélites e coleta de dados de campo. O Programa Amazônia do INPE têm investido na melhor interação com os órgãos estaduais de meio ambiente e esta reunião com a Sema-MT, em particular, permitiu alguns esclarecimentos e a confirmação dos dados divulgados pelo INPE no início do ano sobre a perda da floresta naquele Estado.
O INPE esclareceu dúvidas sobre a metodologia do DETER - Detecção do Desmatamento em Tempo Real, que é um sistema de alerta em apoio à fiscalização. O DETER emite os alertas na primeira oportunidade de observação do desmatamento por corte raso ou degradação progressiva, quando detectados pelos satélites. Para o DETER, existe uma diferença entre tempo de detecção, que se refere à oportunidade de detectar a alteração florestal, e tempo de ocorrência, que se refere à dinâmica de perda da floresta.
De agosto a dezembro de 2007, o DETER registrou 3.222 km2 de áreas que sofreram o chamado corte raso ou estavam em processo de degradação florestal progressiva. O INPE recebeu da SEMA-MT um relatório técnico apontando possíveis problemas de identificação do DETER. O INPE, como é sua prática em se tratando de documentos técnicos, analisará o relatório produzido pela SEMA-MT e, no devido tempo, comunicará o resultado destas avaliações.
Através do DETER, o INPE continuará a emitir rotineiramente os alertas de desmatamento tanto para áreas de corte raso quanto para áreas de degradação florestal progressiva. A SEMA-MT considera desmatamento apenas o corte raso, quando ocorre a conversão da floresta para outros usos da terra. Para um sistema de alerta como o DETER, é preciso também apontar a área antes deste estágio para fins de fiscalização efetiva e de ação preventiva.
É importante destacar que, desde 1988, para o cálculo anual da taxa de desmatamento, o INPE utiliza outro sistema o PRODES, baseado unicamente no desmatamento por corte raso.
A ata oficial da reunião entre técnicos do INPE e da SEMA-MT se encontra aqui.
Sobre os sistemas de monitoramento do INPE:
DETER - Detecção de Desmatamento em Tempo Real
Em operação desde 2004, foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério do Meio Ambiente e do IBAMA.
Baseado em imagens de satélite, o sistema aponta em sua página de rede o local e a área de desmatamento por corte raso ou degradação florestal progressiva na Amazônia, classificados por período observado e classes de tamanho (maior que 25 hectares, até mais de 5 mil hectares).
Devido à limitação da resolução espacial dos satélites (250m), o DETER tem como objetivo a fiscalização e não calcular com precisão a extensão das áreas desmatadas - função já exercida pelo Projeto PRODES, que divulga anualmente as taxas de desmatamento da Amazônia Legal. Este monitoramento também é realizado por satélite, porém utiliza imagens de melhor resolução. Assim, os polígonos de desmatamento do DETER, embora contenham informação de área, este atributo deve ser usado especificamente para priorização das ações de fiscalização por quem é de direito.
O DETER foi desenvolvido para fornecer rapidamente aos órgãos de controle ambiental informações periódicas sobre eventos de desmatamento, para que o governo possa tomar medidas de contenção. Mais informações sobre o DETER podem ser obtidas na página www.obt.inpe.br/deter.
PRODES Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite
Os dados oficiais de desmatamento são computados pelo projeto PRODES, também desenvolvido pelo INPE, para o cálculo anual detalhado da área desmatada.
O PRODES utiliza os sensores TM/LANDSAT (resolução espacial de 30 m), e CCD/CBERS (resolução espacial de 20 m). O levantamento do PRODES é feito com área mínima de mapeamento de 6,25 hectares, para o período de agosto de um ano a julho do ano seguinte.
Desde 1988, o INPE vem produzindo estimativas anuais das taxas de desflorestamento da Amazônia Legal. A partir do ano de 2002, estas estimativas passaram a ser produzidas por classificação digital de imagens através da metodologia PRODES. Mais informações na página www.obt.inpe.br/prodes
© Todas as matérias e imagens poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.