Notícia
Tecnologia espacial pode auxiliar combate à dengue
São José dos Campos-SP, 27 de março de 2008
Um novo método de detecção e vigilância do mosquito transmissor da dengue foi testado com sucesso no Recife. O trabalho é resultado da parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a FIOCRUZ, através do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde da ENSP e do Departamento de Saúde Coletiva do CPqAM Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães.
Como destacou a Agência de Notícias da Fiocruz, foi adicionado ao novo sistema de captura um inseticida composto pela bactéria Bacillus thuringienses israelensis (Bti), utilizada no controle do Aedes aegypti. Os pesquisadores constataram que mais ovos foram depositados na presença da Bti, que não reduziu a atratividade de fêmeas grávidas do mosquito e funcionou como um larvicida, removendo os riscos de transformar os copos para captura em locais de desenvolvimento do vetor.
Para a análise da eficácia do novo sistema, foram realizados 13 ciclos de coleta de duração de quatro semanas, iniciados em abril de 2004, em cinco localidades diversas do Recife. As coletas contínuas renderam mais de quatro milhões de ovos depositados em 464 armadilhas-sentinela, chegando a 98,5% o índice geral positivo de capturas. A contagem de ovos tornou possível a identificação de pontos onde a população do vetor é consistentemente concentrada durante o tempo, determinando as áreas que devem ser consideradas como de alta prioridade para atividades de controle.
Um mapa mostra os locais onde foram contados mais ovos da fêmea Aedes. Somado a dados cartográficos, socioambientais e epidemiológicos, é possível ter um eficiente sistema de alerta e controle da doença para que os órgãos públicos possam intervir antes de surtos se transformarem em epidemias.
Dentro do Programa Espaço e Sociedade, o INPE tem desenvolvido projetos como o SAUDAVEL (Sistema de Apoio Unificado para Detecção e Acompanhamento em Vigilância EpidemioLógica), que insere as tecnologias de informação espaciais, como bancos de dados geográficos, sistemas de informações geográficas e análise espaço-temporal, no contexto do controle de endemias.
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