Você está aqui: INPE / Comunicação e Comunidade / Sala de Imprensa / Leia na íntegra

Notícia

Câmera dos CBERS-3 e 4 é testada no LIT

por INPE
Publicado: Mar 26, 2008
Compartilhamento no FacebookCompartilhamento no Twitter

São José dos Campos-SP, 26 de março de 2008

Imagem Câmera dos CBERS-3 e 4 é testada no LIT

O Laboratório de Integração e Testes do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) concluiu na última semana os ensaios de vibração do modelo de engenharia da câmera multiespectral MUX, que fará parte da carga útil dos satélites CBERS-3 e 4, com lançamentos previstos para 2009 e 2011.

A conclusão dos testes, realizados em nível de qualificação, mostrou que não houve degradação do desempenho óptico do subsistema, estando portanto dentro da especificação estabelecida pelo INPE. Nas próximas semanas serão realizados testes ambientais em câmara termo vácuo, nas instalações da Opto Eletrônica – empresa sediada em São Carlos (SP), responsável pelo desenvolvimento e fabricação da MUX.

Uma equipe de 30 profissionais, entre técnicos, engenheiros e físicos se encarrega dos subsistemas óptico, eletrônico e estrutural do subsistema. A MUX é uma câmera de 20 metros de resolução no solo, multiespectral, destinada ao monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais.

O INPE é responsável no Brasil pelo Programa CBERS – Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres. A MUX é a primeira câmera no gênero inteiramente desenvolvida e produzida no país. Os CBERS-2 e 2B, atualmente em órbita, carregam uma câmera com funções semelhantes, porém produzidas pela China.

O contrato entre INPE e a Opto cumpre uma das funções do programa espacial brasileiro, que é a qualificação da indústria nacional. “Um dos desafios do programa espacial é, além de qualificar a empresa e gerar empregos dentro do contrato específico, conseguir fortalecê-la para que atue no mercado competitivo em todas as suas áreas de atividade”, explica Gilberto Câmara, diretor do INPE. “A Opto é o melhor exemplo do sucesso desse desafio. É uma empresa que tem como carro-chefe a área médica, na produção de equipamentos para oftalmologia; odontológica, na produção de microscópios cirúrgicos e refletores, e industrial, na produção de equipamentos e projetos para medição a laser. Entretanto, a cooperação com o INPE, no setor espacial, dá muito mais condições à Opto de estar à frente desse cenário muito competitivo em que está inserida”.

Para o diretor do INPE, a Opto é o resultado da bem-sucedida interação e integração da universidade com as necessidades do mercado. “Os diretores da Opto vêm de uma universidade forte (São Carlos), que produz pessoas muito qualificadas. A empresa deles, por sua vez, sendo também forte, se torna fornecedora do INPE, o que favorece a sua competitividade em um mercado bem diferente do setor espacial”.

“Ao desenvolvermos projetos na área espacial, estamos sempre trabalhando no limite tecnológico, e isso é bastante positivo”, afirma o presidente da Opto Eletrônica, Jarbas Caiado de Castro Neto. “A câmera MUX é um projeto muito importante para nós, na medida em que estamos sempre buscando o limite em óptica e eletrônica, dada a quantidade enorme de dados que o equipamento precisa registrar, armazenar e transmitir do espaço para a Terra. Além disso, temos que obter sempre um ganho de qualidade, para assegurar a performance e a confiabilidade, visto que o subsistema de um satélite, uma vez em órbita, dificilmente pode ser reparado, em caso de problemas”.


Logo INPE © Todas as matérias e imagens poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.