Notícia
Brasil e Argentina vão construir satélite para observação dos oceanos
São José dos Campos-SP, 26 de fevereiro de 2008
Durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina, no dia 22, foi formalizado acordo de cooperação espacial que prevê a construção de um satélite para observação costeira e dos oceanos. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, participaram na Argentina do anúncio dos termos de cooperação.
Para o diretor do INPE, esta cooperação espacial será benéfica para os dois países. A Argentina tem tecnologia espacial, materializada nos satélites SAC-B, SAC-C e SAC-D. O Brasil, através do programa CBERS, também está num estágio de maturidade no projeto de satélites de observação da terra. Ao unir a capacidade de projeto de plataformas orbitais da Argentina com a competência em imageadores do Brasil, o satélite conjunto demonstrará nossa capacidade de cooperar em área de tecnologia de ponta, declarou Gilberto Câmara.
O desenvolvimento deste satélite terá impacto positivo na proteção e manejo costeiro, prevenção de desastres, proteção do meio ambiente, uso sustentável dos recursos naturais marinhos, oceanografia, meteorologia e estudo das mudanças climáticas. O grupo de trabalho estabelecido pelos dois países tem prazo de quatro meses para definir as especificações da missão e apresentar, no mês de julho, o cronograma e a descrição da divisão de tarefas.
A escolha da área de observação dos oceanos para um novo satélite é estratégica, considerando que atualmente o programa espacial brasileiro prevê satélites de observação da área terrestre do planeta (como CBERS-3 e 4, Amazônia-1 e MAPSAR), satélites científicos (Lattes-1) e satélites meteorológicos (GPM). Observar os oceanos e as áreas costeiras é muito importante para gerenciar nosso litoral, e também entender os fenômenos meteorológicos e climáticos que estão relacionados com os oceanos, especialmente com o Atlântico Tropical e Sul e o Oceano Austral, definiu o diretor do INPE.
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