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GEOMA destaca papel da Ciência e Tecnologia para combater o desmatamento

por INPE
Publicado: Nov 01, 2007
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São José dos Campos-SP, 01 de novembro de 2007

Imagem GEOMA destaca papel da Ciência e Tecnologia para combater o desmatamento

O I Simpósio da Rede GEOMA terminou nesta quarta-feira (31/10) com a crítica dos cientistas à recente proposta de organizações não-governamentais para reduzir o desmatamento da Amazônia através do financiamento público a Estados, comunidades e fazendeiros. Sob o título “Fim do Desflorestamento, Sim! Com Ciência, Tecnologia e Inovação”, a carta foi assinada por todos os pesquisadores presentes ao Simpósio, que aconteceu entre os dias 29 e 31 de outubro no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis (RJ).

Para os pesquisadores da Rede Temática em Pesquisa de Modelagem Ambiental da Amazônia – GEOMA, da qual faz parte o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a proposta das ONGs se baseia em pagar com dinheiro público apenas para que se cumpra a lei. Além disso, exclui as instituições de pesquisa que há tempos lutam por um desenvolvimento econômico e sustentável da floresta capaz de competir com a produção de grãos e a pecuária. Estudo recente de Bertha Becker e Carlos Nobre demonstra que ‘pagar para não desmatar’ só intensifica os desmatamentos, como destaca a carta dos pesquisadores.

O chamado “Pacto pela valorização da floresta e pelo fim do desmatamento na Amazônia”, proposto por nove ONGs há cerca de um mês, não coloca as instituições de pesquisa entre os beneficiários dos R$ 7 bilhões de reais para aplicação em sete anos. O dinheiro, oriundo dos cofres públicos, deve ser destinado aos Estados, comunidades e também a fazendeiros pela preservação da floresta, enquanto as leis já limitam em 20% a transformação da vegetação nativa das propriedades rurais amazônicas. Os pesquisadores da Rede GEOMA defendem que é viável a compensação ambiental financiada pela própria iniciativa privada, garantindo o desmatamento zero sem recorrer ao dinheiro do contribuinte.

A carta dos cientistas do GEOMA conclui que “um pacto efetivamente nacional e democrático deve ter base nas leis existentes; deve envolver plenamente a capacidade científica, acadêmica e tecnológica das instituições públicas; deve criar mecanismos para uma efetiva participação da sociedade civil e levar em conta suas necessidades e as valiosas informações de que dispõem as populações; e, claro, incluir as empresas, cuja obrigação é participar de um planejamento integrado para o desenvolvimento em compensação pelos benefícios que, historicamente, vêm recebendo, consolidando assim parcerias público-privadas”.

Leia a íntegra da carta em http://www.geoma.lncc.br/docs/carta_desmatamento.doc
 
Nova coordenação

Durante a cerimônia de encerramento do Simpósio, Peter Toledo, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi homenageado pelos cinco anos de trabalho e dedicação à frente da coordenação da Rede GEOMA. A partir de agora, o coordenador é David Oren, pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi  (MPEG). A coordenadora substituta continua sendo Maria Isabel Escada, do INPE.

Também foi anunciado que, para facilitar os trabalhos de gestão da Rede, o novo escritório do GEOMA ficará em Brasília, para maior interação do projeto com o MCT e demais ministérios relacionados às áreas de atuação.

O Simpósio

O evento apresentou os principais resultados dos trabalhos desenvolvidos pela Rede GEOMA, que acaba de completar cinco anos. As pesquisas devem gerar subsídios para as políticas públicas da Amazônia, através de modelos integrados capazes de avaliar e prever cenários de sustentabilidade para a região considerando a dinâmica dos sistemas ecológicos e os diferentes tipos de atividades humanas e políticas regionais. Em breve, todas as apresentações estarão disponíveis no site do GEOMA.

Participam da Rede Temática em Pesquisa de Modelagem Ambiental da Amazônia – GEOMA especialistas de seis unidades do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT): Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM).

A Rede foi criada em 16 de outubro de 2002, com a assinatura do Acordo de Cooperação Técnico-Científica entre o MCT e suas Unidades de Pesquisa. Em 2004, as atividades do GEOMA passaram a contribuir para o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Brasileira, liderado pela Casa Civil.


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