Notícia
CBERS-2B está pronto para integração ao lançador chinês
São José dos Campos-SP, 05 de setembro de 2007
O satélite CBERS-2B já está com seus tanques cheios de hidrazina. A operação de enchimento dos tanques ocorreu entre os dias 2 e 4 de setembro, no centro chinês de Taiyuan, e agora o satélite está pronto para ser integrado à coifa do lançador. O CBERS-2B é o terceiro satélite do Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite) e será lançado entre os dias 19 e 21 de setembro pelo foguete Longa Marcha 4B.
No último final de semana, especialistas do INPE e da CAST avaliaram todo o trabalho realizado com o satélite desde sua chegada à Base de Lançamento de Taiyuan, em 4 de agosto. Foram revisados os resultados dos testes elétricos e as integrações mecânicas, confirmando que não há nenhum impedimento para o satélite prosseguir com as atividades da campanha de lançamento, conta José Iram Barbosa, chefe do Serviço de Garantia do Produto do INPE, que está na China desde o início da operação.
Em sua configuração final, chamada de D3, o satélite está completamente fechado. Está pronta a interface mecânica com o lançador e o gerador solar está na posição de lançamento. Também já foram instaladas todas as estruturas do satélite, como as baterias do vôo, os pirotécnicos para abertura do painel solar, a cinta de separação com o lançador e as mantas de proteção térmica.
CBERS-2B
No Brasil, a missão de desenvolver e construir satélites cabe ao INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Na China, o programa está sob a responsabilidade da CAST - Chinese Academy of Space Technology. O satélite foi montado, integrado e testado na sede do INPE, em São José dos Campos (SP). Em abril deste ano foi levado para a China, onde passou por nova bateria de ensaios para completar o ciclo de testes e verificar se não ocorreu nenhum problema em sua estrutura durante a viagem. No Taiyuan Satellite Launch Center, são realizados novos testes para verificar a interface entre satélite e lançador e, também, destes com o centro de controle de lançamento.
O CBERS-2B é quase uma réplica do CBERS-2, que está em órbita e gerando imagens há três anos. Assim como este, o CBERS-2B possui três câmeras a bordo: CCD, WFI e HRC. As duas primeiras são câmeras que já voam no CBERS-2, enquanto a HRC é uma câmera pancromática de alta resolução (2,5 m) que substitui a câmera IRMSS (Infrared Multispectral Scanner).
O satélite tem como objetivo garantir que o fornecimento de imagens iniciado em 1999 com o CBERS-1 não seja interrompido. A vida útil projetada dos satélites CBERS 1, 2 e 2B é de dois anos e a dos satélites CBERS 3 e 4 é de 3 anos. O CBERS-1 operou com sucesso até agosto de 2003, além de sua vida útil, êxito que está se repetindo com o CBERS-2. O lançamento do CBERS-3 está previsto para 2009, e o do CBERS-4, para 2011.
Programa CBERS
O Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), em parceria com a China, colocou o Brasil entre as nações que detém a tecnologia do sensoriamento remoto, estratégica para o monitoramento ambiental, aplicações como mapas de queimadas e desflorestamento da região amazônica e estudos na área de desenvolvimento urbano nas grandes capitais do país.
Hoje, o Brasil é o maior distribuidor de imagens de satélite do mundo, graças à política de distribuição gratuita implantada em junho de 2004. Desde então, já foram distribuídas mais de 300 mil imagens a usuários do território brasileiro. Cerca de 1.500 instituições, entre órgãos públicos, universidades, centros de pesquisas e ONGs, além da iniciativa privada, utilizam as imagens do satélite sino-brasileiro.
O grande número de imagens distribuídas gratuitamente mostra que o programa espacial também traz benefícios econômicos e sociais. Entre os usuários das imagens CBERS destacam-se órgãos como Petrobras, IBGE, Incra, Embrapa, Ibama, ANA e organizações não-governamentais. As imagens CBERS também estão apoiando pequenas e médias empresas do setor de geoinformação a ampliar seus serviços. E também é importante destacar que o programa tem mantido uma cadência de contratos com a indústria nacional para o desenvolvimento e fabricação de subsistemas.
Satélite CBERS-2B na configuração D3. Na face superior estão as antenas e as 3 câmeras de imageamento. Na face vertical estão os dois sensores de estrela
Painel solar do CBERS-2B em sua posição de lançamento
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