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Pesquisador japonês visita o CRS/INPE

por INPE
Publicado: Ago 20, 2007
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São José dos Campos-SP, 20 de agosto de 2007

O pesquisador Kazuoki Munakata, do Departamento de Física da Faculdade de Ciência da Universidade de Shinshu, do Japão, visitou durante a última semana o Centro Regional Sul (CRS) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Santa Maria (RS). Criador e Principal Pesquisador Internacional (PI) da Rede Internacional de Detector de Muons, Kazuoki Munakata visitou as instalações e acompanhou o andamento das pesquisas no CRS/INPE, que tem parceria com a Rede Internacional através do projeto desenvolvido pelo pesquisador Nelson Jorge Schuch.

A Rede tem detectores espalhados por todos os continentes, podendo assim realizar um monitoramento do meio interplanetário e mais precisamente das tempestades geomagnéticas. Os detectores estão instalados no Brasil, Japão, EUA, Alemanha, Kwait, Armênia e Austrália/Tasmânia, entretanto os dois maiores deles se encontram no Observatório Espacial do Sul do INPE, em São Martinho da Serra (RS), e em Nagoya, no Japão.

O Observatório Espacial do Sul (OES/CRS/INPE) foi escolhido devido a sua latitude na América do Sul, sendo um lugar estratégico para a pesquisa espacial mundial por permitir que o rastreamento seja feito de forma otimizada. “A localização é importante porque, uma vez que a Terra tem seu movimento de rotação, o ponto observado no Japão é diferente do ponto observado aqui no Brasil”, ressalta Munakata.

O projeto

De 2001 a 2005, foi implementada a primeira fase do projeto com a instalação de um sistema protótipo, em São Martinho da Serra, um equipamento mais simples, mas muito importante visto que permitiu que todas as tempestades magnéticas desse período fossem detectadas no Observatório Espacial do Sul. Em 2005, o OES/CRS/INPE em parceria com o Laboratório de Ciências Espaciais de Santa Maria (LACESM/CT-UFSM) recebeu da Universidade de Shinshu para a Rede um conjunto de novos equipamentos detectores para permitir uma expansão do protótipo do telescópio multidirecional detector de Muons para o estudo das tempestades magnéticas. Através desse sofisticado equipamento é possível estudar e efetuar a previsão do Clima Espacial e prever a chegada das tempestades magnéticas na Terra (processos que ocorrem no geoespaço, região próxima do nosso planeta), relacionados com processos energéticos que ocorrem na grande atmosfera solar.

Quando atingem o nosso planeta, essas tempestades podem causar grandes danos ou interferências nas naves espaciais, nos satélites, nos radares e nas telecomunicações, na distribuição de energia elétrica por redes de alta tensão, e no monitoramento GPS, por exemplo. A periodicidade dessas tempestades acontece conforme o ciclo solar. Pesquisador do INPE, o Dr. Álisson Dal Lago explica que o Sol possui um ciclo de atividades de aproximadamente 11 anos. Durante esse ciclo, há um período de maior intensidade dos fenômenos energéticos e um período de baixa intensidade. “Estamos presenciando agora um momento de baixa atividade solar. Porém, em 2012, estaremos no período máximo, podendo assim detectar as maiores manifestações energéticas”, destaca o pesquisador. Com esse novo detector, as previsões podem ser feitas até 12 horas antes das tempestades magnéticas atingirem o geopespaço e a Terra, possibilitando operações preventivas.

Para o Dr. Nelson Schuch, Principal Investigador da Rede no Brasil, é importante poder organizar, através dos dados coletados, um sistema de alerta mundial de prevenção, pois os efeitos das tempestades, que podem ser observadas nas camadas mais baixas da atmosfera e até mesmo na superfície, causam milhões de dólares de prejuízos a satélites de vários países. “Oleodutos, gasodutos ou qualquer tipo de dutos feitos com material metálico sofrem maior oxidação devido a correntes induzidas ao longo de suas tubulações durante as tempestades magnéticas, diminuindo sua vida útil”, ressalta Schuch.

Durante o período de 2 a 13 de julho, Nelson Schuch e cinco alunos pesquisadores participaram do XXVI International Union Of Geodesy and Geophysics, em Perugia, na Itália, onde todos apresentaram trabalhos desenvolvidos no CRS/INPE em parceria com o LACESM. Schuch apresentou o projeto com o título: “Um Programa Integrado de Pesquisa Internacional no Sul do Brasil para Observações das Interações Solar – Terrestres”, tendo nove co-autores de dez instituições que constituem a Rede Internacional de Detectores de Muons.


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